terça-feira, 23 de novembro de 2021

O que são Pretos Velhos, Caboclos e Guardiões


Por: Ricardo Chioro – Ryath

(Texto intuído e inspirado pelos Mestres Ascensos)

As entidades da Umbanda se manifestam de forma simbólica, então os Caboclos não tiveram necessariamente encarnações como índios e nem os Pretos Velho são pretos ou aparentam ter idade avançada.

Pretos Velhos

O velho representa simbolicamente ou arquetipicamente a sabedoria.

São sábios.

A dirigente do centro que eu freqüento contou uma vez que era atendida por uma Preta Velha, mas a enxergava como loira de olhos azuis.

Os Mestres Ascensos tem vários corpos espirituais, essa Mestra Anciã usava e se mostrava para essa sacerdotisa com um corpo para quebrar o mito, mostar o real conhecimento.

No livro Tambores de Angola o espírito que escreveu a obra através da psicografia com um médium conta que trabalhava no astral, até foi a um centro de umbanda e a entidade que o acompanha que era nova, tomou a forma de um ancião e incorporou.

Nem todo ancião da Umbanda passou pela raça negra ou foi escravizado, mas são seres que tem afinidade da sabedoria e tem a especialidade de curar o emocional.

São espíritos que freqüentaram todas religiões e são assensos adiantados, então possuem grande sabedoria.

Quando a Umbanda se formava no Plano Astral e Mental se reuniram os espíritos que atuavam com especialidade da cura emocional, então decidiram se apresentar como negros e velhos.

Os Pretos Velhos trabalham na linha da evolução regida ou por Obaluaiê ou Nana, não sei qual dos dois.

Caboclos


Não sei o que representam arquetipicamente, mas são espíritos especializados na cura mental.

Os Caboclos têm muito conhecimento da alma humana.

Não tiveram necessariamente encarnações como Índios, porem se apresentam como seres da raça vermelha.

Os Caboclos trabalham na linha do conhecimento regido pelo Orixá Oxossi.

Guardiões

São os policiais do Plano Astral, tem muito poder de ação.

Suas especialidades são na limpeza energética, desobsseção e condução de espíritos para um caminho de evolução.

Também atuam no aconselhando, assim como Caboclos e Pretos Velhos.

Não são menos evoluídos que os Anciãos e Caboclos. As vezes um guardião pode ser mais evoluído que um caboclo ou preto velho, como também os especialista na cura mental e emocional podem ser mais evoluídos que outros policiais do Plano Espiritual.

Os Guardiões trabalham na ação regida pelo Orixá Ogum.

Fonte: https://espiritualismouno.com.br/autoconhecimento

A Diferença da Especialidade de Cura de um Preto e Velho e um Caboclo


Por: Ryath

(Texto inspirado e intuído pelos Mestres da Luz)

Ambas as entidades, tanto os Caboclos como os Pretos Velhos tem a missão de curar, mas de forma diferente.

Essa cura refere-se a sofrimentos, problemas e doenças psicológicas.

O que é psicológico se divide em duas partes, que são a mente e o emocional.

1-A mente são os pensamentos e imagens mentais.

2-As emoções referem-se ao que sentimos.

Então os Caboclos tem a especialidade em curar a mente, quanto os pretos velhos, as emoções.

Os Caboclos tem grande conhecimento da alma humana para realizar seu trabalho de cura, já os Pretos Velhos, os que passaram pela escravidão passaram por uma evolução espiritual que os iluminou baseado todos nas emoções, veja:

Os escravos antigos não possuíam nada, nem suas ações, a única coisa que tinham eram seus emocionais, então eles se iluminaram se apegando a única coisa que tinham, que eram seus emocionais.

Nós não precisamos ser escravos para nos apegarmos ao nosso emocional.

Porém pode ser confuso entender os determinados tipos de cura, até mesmo confundi-los, pois sofrimentos emocionais começam na mente.

Todo sofrimento que nasce na mente, inclusive os trazem emoções ruins é da parte dos Caboclos.

E todos os sofrimentos que são emocionais começam nas emoções, então não tem explicações aparentemente mental.

Existem três tipos de karmas, o físico, o mental e o emocional. Na Umbanda cada um tem sua especialidade em um deles.

Quem cuida do físico são os médicos espirituais.




FONTE: https://espiritualismouno.com.br/autoconhecimento

segunda-feira, 22 de novembro de 2021

Quartinha – Fundamento, Uso e Consagração na Umbanda


O que é quartinha?

Quartinha é uma espécie de jarro com tampa, feito em barro ou porcelana.

Pode ser feita de barro, em sua cor natural, ou; pintada nas cores consagradas a entidade ou orixá a qual será destinada.

A quartinha de porcelana branca ou louça branca é a “curinga” e pode ser usada para todos os orixás e entidades.

Quartinha com asa ou lisa



A quartinha com asa ou alça é destinada as orixás e entidades femininas e a quartinha lisa, ou seja; aquela que não tem alça ou asa, é destinada aos orixás e entidades masculinas.
Para que servem as quartinhas?

A quartinha serve para abrigar fundamentos do orixá ou entidade de uma pessoa.

A partir da consagração; a quartinha é tratada como se fosse o próprio orixá ou entidade.

A quartinha serve a todo culto umbandista, contendo em si as partes essenciais do orixá ou entidade por ela representado.

Ritual de manutenção



Deve ter seu líquido trocado e ser lavada de 7 em 7 dias, e; nunca pode secar, independente da bebida que seja usada em seu interior.

Quando a limpeza é feita devemos acender uma vela consagrando o novo liquido ali depositado.
Onde são colocadas as quartinhas?

A quartinha deve ficar em local reservado a ela, como peji (altar) ou em quarto específico do orixá ou entidade de uma casa de santo.

Existem também as quartinhas que são colocadas bem visíveis à porta de entrada de uma casa de santo, consagradas ao Exú da Porteira.

Algumas pessoas colocam quartinhas em casa, atrás da porta de entrada. Ela tem a mesma função das quartinhas usadas nas portas de casas de santo; de proteção da residência e descarrego de quem entra na casa.

Podem ser utilizadas dentro de casa, ou em locais de trabalho.

O útero gerador da vida

A quartinha representa em si o útero gerador da vida, com seu líquido essencial à existência, a água.

Ela abriga os elementos que irradiam a boa energia do orixá ou entidade.
Líquido usado nas quartinhas

A água é o elemento primordial a ser colocado nas quartinhas, mas qualquer bebida pode ser usada, dependendo da entidade a que se destina, ou do propósito do trabalho espiritual a ser realizado.
Fundamentos dos orixás e entidades

Dentro das quartinhas, ficam abrigados os objetos dos fundamentos do orixá (por exemplo a pedra do orixá), ou objetos de entidades.

Outros elementos podem ser adicionados às quartinhas durante rituais e trabalhos espirituais feitos para a entidade ou orixá, como mel, óleos, etc..

Pólo captador de energias


A quartinha, consagrada e tratada devidamente; torna-se um poderosíssimo pólo de captação de boas energias do orixá ou entidade a ela consagrada.

Portanto; essa boa energia proveniente dela é irradiada para o ambiente do terreiro ou de sua residência.

E certamente; essa energia, esse axé, vai trazer muitos benefícios à vida daquele que cuida bem de sua espiritualidade.

Consagrada a orixá ou entidade

Quartinha de Oxum
Quartinha para Oxum

A consagração das quartinhas destinadas a orixás e entidades devem ser feitas pela mãe de santo antes de ser utilizada, visando tirar o vínculo profano da casa comercial onde foi adquirida.

Esses tipos de quartinhas devem ser usados apenas dentro das casas de santo.

3 Passos da consagração de quartinha na residência

A consagração de uma quartinha que tenha apenas a função de proteção e descarrego em uma residência, pode ser feita por você mesma.

1. Descarrego e limpeza das quartinhas

Primeiramente; lave-a com sabão ou detergente neutro. Deixe secar.

Em seguida; completar com água filtrada e 3 colheres de sopa cheias de sal grosso.

Mantenha aberta ao seu lado acender uma vela branca comum consagrando ao seu Exú ou Pombagira regente, pedindo que purifiquem a quartinha que a eles será consagrada.

Deixar com a água aproximadamente 24 h, e depois descartar na pia; lavando internamente apenas com água dessa vez.

Agora ela está descarregada e você pode consagra-la a sua entidade regente.

2. Consagração a sua entidade regente



Para consagrar sua quartinha de residência a sua Pombagira ou Exú Regente, basta colocar champanhe (Pombagira) ou Cachaça (Exú) dentro e acender uma vela branca comum ao lado chamando pela entidade regente para que proteja e descarregue todos aqueles que entrarem em sua morada.

Deixar com a bebida aproximadamente 24 h, e depois descartar na pia; lavando internamente a quartinha apenas com água. Deixe secar.

Quando estiver seca, complete com água filtrada e coloque dentro uma pequena pedra de carvão.

3. Renovação semanal da energia

Troque o carvão e a água de 7 em 7 dias, nunca deixe secar a água.

Se ficar baixo o volume de água durante a semana adicione um pouco mais, até a borda.

Mantenha a quartinha tampada durante a semana.

Repita sempre essa operação. O carvão antigo pode ser descartado em lixo orgânico.

Mantenha atrás da porta de entrada de sua residência ou em algum móvel logo à entrada, de maneira que toda pessoa que entre em sua casa atravesse a corrente de descarrego da quartinha, evitando que más energias entrem em sua casa.

Consagração da quartinha para local de trabalho

Da mesma forma que você protege sua residência, pode fazer o mesmo com seu ambiente de trabalho, e; manter o local mais limpo com a ajuda de uma quartinha de descarrego.

Basta seguir os mesmo passos da consagração da quartinha para residência descritos acima.

Caso seja necessário; pode coloca-la oculta da visão das pessoas no ambiente de trabalho.

Faça um pedido a entidade para irradiar limpeza dos que circulam no ambiente e a proteção para os negócios.

fonte: https://www.raizesespirituais.com.br/quartinha-fundamentos-umbanda/

sexta-feira, 19 de novembro de 2021

SHAMBALA



Deserto de Gobi, Mongólia - paisagem fantástica que abriga o segredo da Cidade dos Filhos de Deus, o lugar que nenhum ser humano comum pode alcançar, uma lenda de maldição que engole os viajantes e enlouquece os curiosos. Shambala, a cidade invisível das areias de Gobi, guardada pelos gênios djins [dir.]criadores de miragens perfeitas.

Por milhares de anos, rumores e relatos circulam no mundo sobre um lugar, além dos picos gelados do Tibet, além dos vales da Eurásia, onde fica um paraíso inacessível à maioria do homens, lugar onde reinam a sabedoria e a paz, uma cidade chamada Shambala.

Shambala, que em sânscrito significa "lugar de paz", é uma localidade mítica, habitada por uma comunidade de seres perfeitos e semi perfeitos que em silêncio e segredo são os guias da evolução da humanidade.

Segundo a lenda, somente os "puros de coração" podem viver em Shambala. Ali desfrutam de completo bem estar e felicidade em uma existência sem sofrimento, sem angústia de desejos, sem doença ou velhice. Não há injustiças; as pessoas são belas e possuem faculdades metafísicas, extra-sensoriais. São altamente avançados sob todos os aspectos, do espiritual ao tecnológico, do artístico ao científico.

A localização exata de Shambala é um mistério. Numerosos exploradores e adeptos de diferentes tradições espirituais tentaram encontrar a "cidade invisível" sem sucesso. Apesar de tudo, parece certo que Shambala fica na Eurásia. Teósofos vão mais além e apontam o deserto de Gobi como o lugar que abriga a "morada dos deuses" (ou dos mestres ascensos). Entretanto, esta Shambala, que ninguém pode ver ainda que percorra todos os quadrantes do deserto, situa-se além da realidade física percebida pelo homem; Shambala é uma ponte, portal entre o mundo dos homens e um outro mundo, um mundo além da percepção ordinária. Muitos dos Lamas do Tibet dedicaram - e dedicam - suas vidas a obter um desenvolvimento espiritual que possa conduzi-los a uma "viagem até Shambala".

As Profecias de Shambala

A profecia fala da gradual degradação da raça humana, com a expansão da ideologia do materialismo cada vez mais generalizada em todo os lugares do mundo. Quando os "bárbaros materialistas" estiverem reunidos sob um governo maligno, quando não houver mais nada a conquistar as névoas dos Himalaias se dispersarão e revelarão Shambala, como uma jóia incrustada nas montanhas. Os bárbaros atacarão Shambala fortemente armados mas o 32º rei de Shambala, Rudra Cakrin (ou Kalki), conduzirá a reação contra os invasores que, então, serão destruídos.

Outra profecia parece se referir aos tempos atuais antecipando especificamente a desintegração do budismo no Tibet e o crescimento do materialismo no mundo. No que se refere ao Tibet, o país está praticamente anexado à China. O governo chinês, pouco afeito às tradições religiosas entende de controlar os mosteiros e interferir na tradição protocolar e hierárquica dos Lamas e monges. O exílio do Dalai Lama e do "Ripnoche" tibetano, Chögyan Trungpa - em 1959 - parecem marcar o começo de tempos difíceis para a civilização.


Pesquisa Acadêmica e Maldição

Em maio de 2003, o jornal russo Pravda noticiou a publicação de uma dissertação sobre Shambala, elaborada pelo pesquisador de ciência histórica, Andrey Sterlkov, do laboratório de filosofia do Bashkir Institute. É um dos raros trabalhos acadêmicos sobre o tema. Sterlkov refere-se a Shambala como um país legendário mencionado em ensinamentos antigos da sabedoria oriental, especialmente o Kalachakra Tantra. Ali habitam seres superiores em relação aos homens comuns, superiores em saberes e em faculdades metafísicas, possuidores de poderes extra sensoriais.

Os supostos poderes dos mestres de Shambala fascinaram e atraíram muita gente. Esotéricos, curiosos e estadistas perigosos com Hitler e Stalin. O governo nazista enviou mais de uma expedição ao Tibet e outras regiões da cordilheira Himalaia. Os nazis acreditavam que os arianos puros, "raça superior", eram descendentes diretos desses sábios transcendentais.

A lenda de Shambala tornou-se popular no Ocidente mas a verdade sobre esse lugar fantástico somente é conhecida pelos Lamas mais graduados, os únicos capazes de ler e entender as escrituras que contêm informações originais sobre esse assunto. as tentativas de descobrir o segredo de Shambala foram inúteis ou desgraçadamente infelizes: a maioria dos investigadores ocidentais que perseguiram o sonho de encontrar Shambala, morreram de forma trágica ou desapareceram sem deixar rastro.

São casos como o do orientalista alemão Albert Grunwedel, que viveu no começo do século XX e enlouqueceu enquanto trabalhava na tradução de textos sobre Shambala; atirou-se pela janela e morreu em um momento de insanidade.

Sterlkov acredita que a investigação sobre Shambala precisa de mais do que uma benção dos Lamas. Um pesquisador somente pode descobrir a verdade por trás da lenda quando entender que é necessário conhecer profundamente um ensinamento budista chamado Kalachakra Tantra. O texto místico deste ensinamento descreve o mítico país em detalhes. O próprio Sterlkov é um praticante Kalachakra: "Qualquer um que estude o Kalachakra chegará, inevitavelmente, a Shambala. Shambala é um espécie de pós-graduação para os estudantes avançados desse Tantra".


Mandala representativa do Ensinamento Kalachakra - A mandala de Kalachakra é dedicada à paz e ao equilíbrio interior e exterior. Ao observá-la, pode-se sentir a paz em muitos níveis. Segundo o Dalai Lama, as divindades da Mandala criam uma atmosfera favorável, reduzindo a tensão e a violência. "É um modo de plantar uma semente, e esta semente terá seu efeito kármico. Não é necessário estar presente à cerimônia de Kalachakra para receber seus benefícios."

Kalachakra (tib. dus kyi 'khor lo/ Dükyikhorlo), ou Roda do Tempo em sânscrito, é o nome de uma das principais divindades do budismo Vajrayana tibetano. De acordo a tradição, os ensinamentos de Kalachakra foram transmitidos pelo Buddha Shakyamuni no século VI a.C., a pedido de Suchandra, o rei da terra pura de Shambhala. Esses ensinamentos, compilados em um texto chamado Kalachakra Tantra, teriam sido transmitidos de geração a geração, de mestre a discípulo.

Os ensinamentos registrados no Kalachakra Tantra são interpretados em três níveis — externo, interno e alternativo. O Kalachakra externo se refere ao mundo físico, aos elementos do universo e às leis do tempo e do espaço, lidando com a astronomia, astrologia e matemática. O Kalachakra interno corresponde aos elementos do corpo, aos agregados psicofísicos, às capacidades físicas e psíquicas, lidando com a fisiologia tântrica e com o sistema de energia do corpo humano. O Kalachakra alternativo lida com a base, o caminho e o resultado das yogas, ou meditações, que conduzem ao estado iluminado da divindade Kalachakra e de sua mandala. Deste modo, a prática do Kalachakra alternativo purifica os Kalachakras externo e interno.

Todos elementos dessa mandala — o diagrama simbólico de um palácio divino, a própria roda do tempo — representam algum aspecto da divindade Kalachakra e de sua terra pura. Há 722 divindades na mandala, simbolizando os várias aspectos da consciência e da realidade que constituem a sabedoria de Kalachakra.

In DARMANET

A Grande Loja Branca & a Dimensão dos Jinas
Também chamada de Fraternidade Branca Universal, a "Grande Loja" reúne seres de consciência elevada, pertencentes a diferentes graus hierárquicos, que habitam uma dimensão ontológica que não coincide, em termos espaço-temporais, com a realidade terrena: o "mundo dos Jinas" ou "estado (de ser-estar) em Jinas" - um não-lugar, situado em uma lacuna de tempo onde "existe" a cidade de Shambala. Ali os grandes Mestres da humanidade vivem em corpos imortais por milhares de anos. Os habitantes de Jinas podem manifestar a si mesmos (projetar) em todas as dimensões do Universo (ubiqüidade) e têm poder sobre toda a Criação orientados por infinita sabedoria, amor, senso de justiça, misericórdia e onisciência sobre todas as coisas.


As informações sobre Shambala em línguas ocidentais são escassas e confusas. Sempre tratada como mito, essa localidade ora é descrita como um espaço geográfico físico embora oculto em lugar remoto; ou então é admitida como um não-lugar terreno, uma "cidade invisível" pertencente a outra dimensão. Em qualquer caso, chegar a Shambala não depende mapas ou meios de transporte convencionais. Os relatos que existem sobre Shambala, segundo os próprios autores, são o resultado de "deslocamentos" físicos extraordinários.

Muitos esotéricos - no oriente e no ocidente, afirmam que conhecem Shambala. Alguns dizem que foram à cidade dos Deuses em corpo astral, somente em espírito ou ainda, conhecem Shambala através de visão remota. Outros relatam todo um ritual de Iniciação nas ciências ocultas, estudos que demandam anos, como o conhecimento Kalachakra, até que o discípulo esteja apto a passar pelas provas de elevação espiritual que o levarão ao Templo dos Mestres - em Shambala.

A teósofa Helena Petrovna Blavatsky, em Isis sem Véu e A Doutrina Secreta, fala de Shambala com reservas, pulverizando as informações em trechos esparsos das duas obras. Em Antropogênese (volume III da Doutrina) Blavatsky indica a localização e revela um pouco dos mistérios desta cidade ou reino de fábula:

Diz a tradição que... onde hoje só existem lagos salgados e desertos estéreis e desolados, existia um imenso mar interior que se estendia sobre a Ásia Central, ao norte da cadeia dos Himalaias... No centro desse mar, uma ilha que, por sua beleza incomparável, não tinha rival no mundo e era habitada pelos últimos remanescentes da Raça que precedeu a nossa [NOSSA RAÇA FÍSICA DENSA - pré-lemurianos heterosexuais]. ...Eram "Filhos da Vontade e do Ioga"... Essa raça podia viver com igual facilidade na água, no ar e no fogo porque tinha domínio ilimitado sobre os elementos. Eram os "Filhos de Deus"... os verdadeiros Elohim... [BLAVATSKY, 2001]

A ilha existe ainda hoje [fim do século XIX]...como um oásis rodeado pela terrível solidão do grande deserto de Gobi... Não havia nenhuma comunicação por mar com a formosa ilha, mas passagens subterrâneas, somente conhecidas pelos chefes, iam ter em todas as direções. [id]
Os Mestres da Vida residem nas montanhas nevadas dos Himalaias... Filhos da Sabedoria, Irmãos do Sol nos anais chineses [BLAVATSKY, 2000]



戈壁(沙漠 DESERTO DE GOBI - Com 1 milhão 295 mil km² de área, situa-se entre a Mongólia e a China. Na Mongólia, capital Ulaanbaatar - os montes Altai se situam no oeste, sendo o Tavan Bogd Uul, com 4.373m, o ponto mais elevado do país, e o Deserto de Gobi, arenoso cobrindo uma ampla extensão do sul ao leste. Gobi é um dos lugares da Terra entre os mais cotados para abrigar o segredo de Shambala. Outro ponto muito visado é a cordilheira dos picos dos Himalaias (dir.), com suas neves eternas, vales e subterrâneos desconhecidos.


Montanhas Altai , Asia Central, na convergência entre Rússia, China, Mongólia e Cazaquistão. Com uma forte tradição de magia xamânica, essa cadeia de montanhas também pode ser uma possível localização para Shambala ou, ainda, para uma de suas "saídas" para o "mundo exterior".

O site esotérico NAVE LUZ, em texto sobre Shambala, também localiza "o reino" na "esfera sutil" do deserto de Gobi e qualifica o local como "sede da hierarquia espiritual da Terra.. o maior e mais suntuoso centro de Luz do Planeta"." Foi erigido em uma ilha situada no mar cujas águas, outrora, cobriam o atual deserto - uma ilha no "mar de Gobi".

A "geografia especial" dessa "esfera sutil" pressupõe o entendimento de COEXISTÊNCIA de mundos, simultaneidade ontológica (DE SER) sem coincidência geofísica mas, antes, coincidência metafísica.
Shambala está situada na "esfera ONTOLÓGICA" terrena e AO MESMO TEMPO este SER-ESTAR não é manifestado e/ou perceptível na REALIDADE OBJETIVA FÍSICA, MATERIAL DENSA (em oposição ao sutil da terminologia esotérica). A ESFERA SUTIL que abriga shambala, situa-se - geométrica-geológica-analogicamente no deserto de Gobi porém na CONDIÇÃO DE ESTAR no que a ficção científica contemporânea denomina de OUTRA DIMENSÃO. Shambala, é complica mesmo!
Perceber Shambala e estar em Shambala implica - necessita-demanda! um ESTADO DE CONSCIÊNCIA PROPÍCIO - "estado jinas". Trata-se de sintonizar a autopercepção com a FREQÜÊNCIA ONTOLÓGICA onde Shambala existe - e existe por que pode ser percebida neste e somente neste especial estado de consciência. Alguns chamam-no transe; outros sonambulismo, letargia estática, viagem astral; e ainda, sonho ou delírio mas nunca alguém que "esteve em Shambala" lá esteve em estado de vigília ordinária (comum).

O aventureiro que se lança à busca de Shambala em uma expedição comum ao deserto de Gobi certamente nada vai encontrar. Possivelmente, sequer seria preciso se abalar de sua cadeira para estar em Shambala nas coordenadas geográficas físicas-densas-terrenas correspondente à região que assinalamos no mapa como deserto de Gobi. Todas as tradições afirmam que Shambala e seus habitantes existem na "dimensão dos jinas" e que a cidade-reino é rigorosamente guardada por djins - gênios elementais. Estes guardiões cuidam para nem mesmo uma alteração de consciência casual sofrida por um viajante exausto possa revelar, inadvertidamente, a visão da magnífica cidadela como algo verdadeiro; será sempre nada mais que uma miragem desvanecendo-se em fração de segundo...

Shambala não existe no mundo físico... Conhecido no Tibet como o "Reino Oculto", é uma comunidade de seres perfeitos que estão guiando a evolução do ser humano... Os textos religiosos tibetanos descrevem a natureza física com detalhes, com sua estrutura semelhante ao lótus de oito pétalas, ali, oito regiões aparecem cercadas de montanhas. A capital é Kalapa. Os palácios são ornamentados com ouro, diamantes, corais e outras gemas preciosas. Cercado de picos recobertos de gelo, o conjunto, montanhas e palácios, são como uma jóia arquitetônica refletindo uma luz cristalina.

Uma tecnologia inusitada e avançada é usada em Shambala; um palácio possui clarabóias que são lentes e funcionam como "telescópios" de alta potência. Servem para estudar a vida extraterrestre. Há milênios os habitantes de Shambala usam veículos, naves - que circulam nos subterrâneos da terra através de um sistema de túneis. Os Shambaleans possuem, normalmente, faculdades metafísicas, não orgânicas, como a clarividência, a habilidade de mover-se a grandes velocidades, de materializar-se e desmaterializar-se, desaparecer...

Estranhos sinais e acontecimentos são registrados na região que os tibetanos reconhecem como localização de Shambala. Contam as lendas que o lugar é guardado por seres com poderes sobre-humanos. No início do século XX (anos de 1900), um artigo no periódico hindu The Statesman relata a aventura de um militar britânico que, acampando no Himalaia viu um homem muito alto, usando vestes claras e cabelos longos. Ao perceber que estava sendo observado, o estranho desapareceu! Os tibetanos não ficam surpresos com histórias assim e dizem que estes seres são aqueles que protegem a "Terra Sagrada". MUNDO MÍSTICO

O escritor Andrew Thomas, que viveu na China e na Índia, em seu livro Shambala, informa que antes de H.P. Blavatsky ter escrito Isis sem Véu e A Doutrina Secreta, menções a esse misterioso reino já tinham sido feitas por dois padres missionários católicos: Ètienne Cacella e Jean Cabral, há 350 anos [o texto é da primeira década de 2000].

Thomas foi discípulo de um outro investigador da "Ilha Branca", Nikola Roerich. Este pintor russo escreveu que: "No meio de colossais montanhas perenemente nevadas, sua expedição encontrara vales luxuriantes, fontes de água quente e, no mais, só rochas sempre cobertas de neve" e ainda - "Nos contrafortes dos Himalaias existem muitas grutas, e diz-se que vão até grandes distâncias, sob o Kinchinjunga. Houve mesmo que visse a “porta de pedra” mítica, que nunca foi aberta porque ainda não chegou o tempo. Estas profundas passagens conduzem a Shambhala – o vale maravilhoso".[N. ROERICH - Himalayas’ Abode of Light – 1947 In JORNAL INFINITO, 2007.

O cientista Jacques Bergier, um dos precursores do realismo Fantástico contemporâneo, acreditava que Shambala localizava-se em uma das "dobras da terra" ou seja, uma dimensão desconhecida da física clássica.

O irmão mais velho do Dalai Lama atual (2007), Jigme Norbu, no livro Tibet, atesta a existência de Shambala, seus habitantes, sua tecnologia espantosa, as bibliotecas contendo todo o saber do universo, o papel dos dirigentes no destino da humanidade; um tesouro em todos os sentidos oculto em abrigos subterrâneos, em fortalezas de pedra, cavernas, não somente na cordilheira Himalaia mas também nos Andes. [JORNAL INFINITO, 2007]

Shambala & Agharta ― Magos Negros & Magos Brancos


Uma visão bastante detalhada da TERRA OCA: o grande Reino de Agarthi - Land of Advanced Races... Shambala (Shamballah) a Leste e o sistema de túneis conectando os fantásticos subterrâneos a vários pontos-portais na superfície da Terra, como a Grande Pirâmide (Egito), três vias vias no Brasil, uma nos Estados Unidos. Na ilustração veem-se mares interiores e um "sol central". Na representação também aparecem naves espaciais e uma base com de onde partem os discos para outras galáxias. Duas entradas principais seriam localizadas nos pólos Ártico e Antártico.

A maior parte das referências sobre Shambala descrevem uma morada de "Reis Divinos", seres superiores espiritualmente e, por conseguinte, necessariamente bons, seres que trabalham pelo BEM da humanidade. Outro elemento recorrente do mito "Shambala" é sua associação com outro reino, Agarthi. Quando Shambala aparece associada a Agarthi, seu caráter se inverte e de centro de luz, passa a ser descrita como território de Trevas, onde se reúnem os Magos Negros.
Em 1925, Agarthi e Shambala são citadas no livro Homens, Deuses e Animais, do russo Ossendovski. Ali, uma lenda tibetana dizia que há 3 ou 4 mil [os teósofos diriam que os fatos são mais antigos)] anos atrás existia no Deserto de Gobi uma civilização avançada. Uma catástrofe que, suspeita-se, pode ter sido uma explosão atômica, transformou a região, que era fértil e um dia foi mar, no deserto que se vê nestes séculos [XIX, XX e XXI]. Sobreviventes da tragédia refugiaram-se, parte no extremo norte da Europa, parte no Cáucaso.
Os mestres da civilização, "detentores do conhecimento" teriam, então, se instalado em um imenso sistema de cavernas sob o Himalaia (PAUWELS/BERGIER, 2007) e ali se dividiram em dois grupos: a "via da mão direita" (magia branca) e a "via da mão esquerda" (magia negra, genericamente). Os magos brancos fundaram Agarthi, "lugar de contemplação", escondida e desinteressada do "mundo lá fora".
O segundo grupo construiu Shambala, cidade marcada por violência em torno de disputas pelo poder. O magos negros de Shambala não somente se interessam pelo "mundo da superfície" como também interferem no curso dos acontecimentos. Comandam os elementos [força naturais, águas, ares etc.] e as massas humanas. Este "universo" subterrâneo e terreno é a essência da Teoria da Terra Oca.
Na ilustração acima, a representação de naves espaciais e base de pouso e decolagem sugerem claramente que muitos dos "fenômenos OVNI" poderiam ter origem na Terra mesmo; não seriam naves ou visitantes extraterrestres; mas poderiam ser alienígenas intraterrestres. Não é uma hipótese impossível nem desprezível - ainda que a Terra não seja "Ôca", pois o subsolo do planeta pode, de fato, abrigar mistérios dessa natureza.


Shambala & Jesus

Apesar das contradições em torno da mitológica Shambala, é certo que ali habitam seres superiores no sentido de serem dotados de faculdades extraordinárias que não se manifestam no homem comum contemporâneo. Esses seres são sempre mencionados como mestres e entre os mestres "do bem" que, supostamente vivem em Shambala, destacam-se Buda e Jesus, ainda que não seja de todo impossível serem ambos o mesmo Espírito. O Livro de Ouro da Igreja Gnóstica expõe essa crença sem rodeios e também se refere ao estado de Jinas:

Shambala é um país secreto do Tibet Oriental. Ali vive atualmente Jesus, o Cristo com seu mesmo corpo ressuscitado há mais de 2 mil anos. Ali, no Shambala, tem seu Templo de Mistérios. O Shambala se encontra em estado de Jinas e é um gigantesco país. Ali existem os principais Monastérios e Templos da Igreja Gnóstica. Lá vivem muitos Mestres da Igreja Gnóstica, cujos corpos datam de idades antiqüíssimas, e estão em estado de Jinas.

Quando Jesus caminhou sobre as águas, levava o corpo em estado de Jinas. Quando Jesus fez o milagre da multiplicação dos peixes e pães estava em estado de Jinas. Shambala é um país onde jamais chegaram os profanos, pois está muito oculto. Jesus o Cristo voltará no zênite de Aquário com seu mesmo corpo que ressuscitou e ainda conserva em estado de Jinas.

Mais tarde, o Mestre voltará no continente ANTÁRTICO para iluminar a Sexta Raça (CORÁDI) e muito mais tarde voltará para instruir a Sétima Raça. Ele é o SALVADOR DO MUNDO, realmente o único que pode salvar−nos; Jesus Cristo trouxe a doutrina da Gnose do Universo. Jesus Cristo é um PARAMARTASATYA que renunciou ao ABSOLUTO para vir a este vale de lágrimas.

E sobre Agarta (ou Agarthi):

O REINO DE AGHARTI se encontra nas cavernas subterrâneas da Terra. A Terra é oca. Toda uma rede de cavernas constitui o Agharti. No Agharti vive o Patriarca Rei da Terra, com um grupo de sobreviventes da Atlântida.

Os Habitantes de Shambala

O reino invisível de Shambala é habitado por seres muito antigos, pertencentes aos remotos tempos da 3º Raça Humana, os jurássicos Lemurianos. Esta 3ª Raça experimentou as primeiras formas humanas caracterizadas pela diferenças de sexo e modo de procriação ovo-vivíparo e sexuada (fecundação com contato físico; nove meses dentro do corpo da mãe, como "ovóide em desenvolvimento" e a seguir, o nascimento, como uma miniatura de pessoa adulta, para um novo período, mais longo de complementação do desenvolvimento).

As pessoas da Terceira Raça eram assexuadas, tornaram-se bissexuais ou hermafroditas (ou ainda, andróginos) e, finalmente, dividiram-se em gêneros heterossexuais, macho e fêmea. Contudo, essa evolução não foi homogênea: enquanto a maioria dos Lemurianos, aos poucos torva-se sexuada, uma parcela se manteve virgem (assexuada); recusaram a função reprodutiva e tornaram-se "Deuses", uma Dinastia Divina.

A introdução do sexo na ontologia humana provocou acentuadas mudanças de comportamento na Raça: o desejo, que servia como força propulsora da "conservação da espécie", também engendrou desequilíbrios emocionais e, deste modo, o "pecado" surgiu no mundo nas diferentes formas de violência. Os primeiros sexuados, dotados de desejo e carentes de inteligência, procriaram com animais dando origem às sub-raças ferozes que não tardaram a se destruir mutuamente - na primeira metade da Era Mesozóica.

Enquanto isso, vetores da geologia, do clima e do Cosmo trabalhavam provocando convulsões climáticas e estruturais no planeta. Uma era Glacial começava; a humanidade física agora tinha de proteger dos humores da Terra. Foi então que, em socorro da Raça manifestaram-se os Nirmanakayas, Serpentes Sábias, Dragões de Luz e os precursores do Iluminados (Buddhas) - reis divinos que ensinaram artes e ciências.

Estes Iluminados viveram entre os homens até meados do período de existência da Quarta Raça, a Raça Atlante. Quando a iniqüidade, os maus instintos, a maldade, enfim, começou a tomar conta de todos os povos do mundo, a civilização Atlante, decadente, viu seus Reis divinos se retirarem para a remota Ilha ou reino de Shambala - para uns, e Agarthi, para outros - de onde presidiram o fim da Quarta Raça, escapando de um cataclismo e viram o alvorecer da atual Quinta Raça - da qual, agora, testemunham a degenerescência.

FONTES
BLAVATSKY, H.P.. Os "filhos de Deus" e a Ilha Sagrada. In A doutrina Secreta v. III
Antropogênese [Trad. Raymundo Mendes Sobral] - p 237 - São Paulo: Pensamento, 2001
_______________ Cosmogênese. In A Doutrina Secreta vol.I - São Paulo: Pensamento, 2000
LIVRO DE OURO DA IGREJA GNÓSTICA, O. Shambala
In Gnosis Online acessado em 21/02/2007
MAFFIA, Ricardo. O mestre Kuthumi e os anjos [palestra]
05/04/2002 In ricardomaffia.com.br acessado em 21/02/2007

Mistery of Shambhala por JASON JEFFREY
In NEW DAWN MAGAZINE - publicado em fev/2002 acessado em 17/02/2007

Shambala IN JORNAL INFINITO acessado em 21/02/2007
NICHOLAS ROERICH
In Instituto de Pesquisas Prociológicas e Bioenergéticas - IPPB
acessado em 21/02/2007

The Mistery of Shambala
In PRAVDA ENGLISH - publicado em 29/05/2003
acessado em 18/02/2007 IN WWW.TIBET.CA
The White Lodge
In DIVINA CIÊNCIA - acessado em 18/02/2007
por Ligia Cabús (Mahajah!ck)

EVANGELHO APÓCRIFO - O LIVRO DE ENOQUE - CAPÍTULOS 18 AO 22

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Capítulo 18
1 Eu então examinei os receptáculos de todos os ventos, percebendo que eles contribuem para adornar toda criação, e para preservar a fundação da terra.
2 Eu examinei a pedra que apóia os cantos da terra.
3 Também vi os quatro ventos, os quais sustêm a terra, e o firmamento do céu.
4 E eu vi os ventos ocupando o céu exaltado,
5 Surgindo no meio do céu e da terra, e constituindo os pilares do céu.
6 Eu vi os ventos que giram no céu, os quais ocasionam e determinam a órbita do sol e de todas as estrelas; e sobre a terra eu vi os ventos que mantêm as nuvens.
7 Eu vi o caminho dos anjos.
8 Percebi na extremidade da terra o firmamento do céu acima dele. Então passei para a direção do sul,
9 Onde queimam, tanto de dia quanto de noite, seis montanhas formadas de gloriosas pedras, três em direção ao leste, e três em direção ao sul.
10 Aquelas que estão em direção ao leste eram de pedra multicolorida, uma das quais era de margarite, e outra de antimônio. Aquelas em direção ao sul eram de uma pedra vermelha. A do
meio aproximava-se do céu como o trono de Deus; um trono composto de alabastro, o topo do qual era de safira. Vi também um fogo flamejante suspenso sobre todas as montanhas.
11 E lá eu vi um lugar do outro lado de um extenso território, onde águas foram coletadas.
12 Também vi fontes terrestriais, profundas em colunas ardentes do céu.
13 E nas colunas do céu eu vi fogos, os quais desciam sem número, mas nem no alto, ou no profundo. Sobre estas fontes também percebi um lugar onde não havia nem o firmamento do céu acima dele, nem o sólido chão abaixo dele; nem havia água acima; ou nada no vento; mas o lugar era desolado.
14 E lá eu vi sete estrelas, semelhantes a grandes montanhas, e como espíritos suplicando-me.
15 Então o anjo disse: Este lugar, até a consumação do céu e da terra, será a prisão das estrelas, e das hostes do céu.
16 As estrelas que rolam sobre fogo são aquelas que transgrediram o mandamento de Deus antes que seu tempo chegasse; pois elas não vieram em sua própria estação. Portanto, Ele ofendeu-se com elas, e amarrou-as até o período da consumação dos seus crimes no ano secreto.
Capítulo 19
1 Então Uriel disse: Eis aqui os anjos que coabitaram com mulheres, escolheram seus líderes;
2 E sendo numerosos em aparência (30) profanaram os homens e fizeram com que errassem; assim eles sacrificaram aos demônios como aos deuses. Pois no grande dia haverá um julgamento, no qual
eles serão julgados, até que sejam consumidos; e suas esposas também serão julgadas, as quais levaram desencaminhadamente os anjos do céu para que as saudassem.
(30) Sendo numerosos em aparência. Ou, "assumindo muitas formas" (Knibb, p. 106).
3 E eu, Enoque, só vi a aparência do fim de todas as coisas. Não tendo visto nenhum homem enquanto via as coisas.

Capítulo 20

1 Estes são os nomes dos anjos Sentinelas:
2 Uriel, um dos santos anjos, o qual preside sobre o clamor e o terror.
3 Rafael, um dos santos anjos, o qual preside sobre os espíritos dos homens.
4 Raguel, um dos santos anjos, o qual inflige punição ao mundo e às luminárias.
5 Miguel, um dos santos anjos, o qual, presidindo sobre a virtude humana, comanda as ações.
6 Sarakiel, um dos santos anjos, o qual preside sobre os espíritos dos filhos dos homens que transgridem.
7 Gabriel, um dos santos anjos, o qual preside sobre Ikisat, (31) sobre o paraíso e sobre o querubim.
(31) Ikisat. As serpentes (Charles, p. 92; Knibb, p. 107).
Capítulo 21
1 Então eu fiz um circuito para um lugar no qual nada estava completo.
2 E lá eu não vi nem as tremendas manufaturas do um céu exaltado, nem de uma terra estabelecida, mas um lugar desolado, preparado e terrível.
3 Lá também vi sete estrelas do céu amarradas juntas, semelhantes a grandes montanhas, e semelhante ao fogo fervente. Eu exclamei: Por que espécie de crime elas foram amarradas, e por que foram removidas de seu lugar? Então Uriel, um dos santos anjos que estava comigo, e o qual conduzia-me, respondeu: Enoque, por que perguntas; por que arrazoas consigo mesmo, e ansiosamente indagas? Estas são aquelas estrelas que transgrediram o mandamento do altíssimo Deus; e estão aqui amarradas, até que o número infinito dos dias dos seus crimes esteja completo.
4 Dali eu passei depois para um outro lugar terrível;
5 Onde eu vi a operação de um grande fogo flamejante e resplandecente, no meio do qual havia uma divisão. Colunas de fogo lutando juntas para o fim do abismo, e profunda era sua descida. Mas sua medida e magnitude eu não fui capaz de descobrir, nem pude perceber sua origem. Então exclamei: Quão terrível é este lugar, e quão difícil explorá-lo!
6 Uriel, um dos santos anjos que estava comigo, respondeu e disse: Enoque, por que estás alarmado e maravilhado com este terrível lugar, à vista deste lugar de sofrimento? Isto, disse ele, é a prisão dos anjos; e aqui eles serão mantidos para sempre.

Capítulo 22

1 Dali eu me dirigi para outro lugar, onde vi a oeste uma grande e elevada montanha, uma forte rocha, e quatro lugares deleitosos.
2 Internamente ele era profundo, espaçoso e plano: ele era profundo e escuro à vista.
3 Então Rafael, um dos santos anjos que estava comigo, respondeu e disse: Estes são os lugares deleitosos onde os espíritos, as almas dos mortos, serão reunidos; para eles ele foi formado e aqui serão reunidas todas as almas dos filhos dos homens.
4 Estes lugares, nos quais habitam, eles ocuparão até o dia do julgamento, e até seu período escolhido.
5 Seu período escolhido será longo, mesmo até o grande julgamento. E vi os espíritos dos filhos dos homens que estão mortos; e suas vozes rompem o céu, enquanto eles são acusados.
6 Então inquiri de Rafael, o anjo que estava comigo, e disse: Que espírito é aquele, a voz do qual alcança o céu, e acusa?
7 Ele respondeu, dizendo: Este é o espírito de Abel o qual foi morto por Caim seu irmão; o qual acusará aquele irmão, até que sua semente seja destruída da face da terra;
8 Até que sua semente desapareça da semente da raça humana.
9 Naquele tempo portanto eu inquiri a respeito dele, e a respeito do julgamento geral, dizendo: Por que um está separado ou outro? Ele respondeu: Três separações foram feitas entre os espíritos dos mortos, e assim os espíritos dos justos foram separados,
10 Nomeadamente, por uma fenda na terra, por água, e por luz acima dela.
11 E da mesma maneira os pecadores são separados quando morrem, e são sepultados na terra; julgamento não os surpreenderá em seu tempo de vida.
12 Aqui suas almas estão separadas. Além disso, abundante é seu sofrimento até o tempo do grande julgamento, o castigo, e o tormento daqueles que eternamente execraram, cujas almas são munidas e amarradas lá para sempre.
13 E assim tem sido desde o princípio do mundo. Assim, existe uma separação entre as almas daqueles que proferem reclamações, e daqueles que vigiam pela sua destruição, para sua matança no dia dos pecadores.
14 Um receptáculo deste tipo foi formado para as almas dos injustos, e dos pecadores; daqueles que cometeram crime, e se associaram aos ímpios, com os quais eles se assemelham. Suas almas não serão aniquiladas naquele dia de julgamento, nem se levantarão deste lugar. Então eu bendisse a Deus,
15 E falei: Abençoado seja o meu Senhor, o Senhor da glória e da retidão, cujo reino será para sempre e sempre.

Saibam :
A senadora MARINA DA SILVA
é alguém que acredita no que eu acredito:
Sua Origem Divina!

EVANGELHO APÓCRIFO - O LIVRO DE ENOQUE - CAPÍTULOS 1 AO 11





O LIVRO DE ENOQUE

O livro de Enoch é um texto apócrifo que é mencionado por algumas cartas do Novo Testamento (Judas, Hebreus e 2ª de Pedro). Até a elaboração da Vulgata, por volta do ano 400, os primeiros seguidores de Cristo o mencionavam abertamente em seus textos e o aceitavam como real. Após a Vulgata ele caiu no esquecimento. Entretanto, o livro é muito interessante e parece real. O livro de Enoch foi preservado somente em uma cópia, na totalidade, em etíope e, por esta razão, também é chamado de Enoch etíope.

Capítulo 1

1 As palavras das bênçãos de Enoque, com as quais ele abençoou os eleitos e os justos, os quais devem existir nos tempos da tribulação, rejeitando toda iniqüidade e mundanismo. Enoque, um homem justo, o qual estava com Deus, respondeu e falai com Deus enquanto seus olhos estavam abertos, e enquanto via uma santa visão dos céus. Isto os anjos me mostraram.
2 Deles eu ouvi todas as coisas e entendi o que vi; coisas que não terão lugar nesta geração, mas numa geração que deve acontecer num tempo distante, por causa dos eleitos.
3 A respeito deles eu falei e conversei com Ele, o qual virá de Sua habitação, o Santo e Poderoso, o Deus do mundo:
4 O qual pisará sobre o Monte Sinai; aparecerá com Suas hostes e se manifestará com a força do Seu poder dos céus.
5 Todos estarão temerosos e as Sentinelas estarão aterrorizados.
6 Grande temor e tremor se apoderarão deles, mesmo aos confins da terra. As alturas das montanhas serão abaladas, e os altos montes serão abatidos, derretidos como o favo de mel na chama de fogo.
A terra será imersa e todas as coisas que nela estão perecerão; enquanto julgamento virá sobre todos, mesmo sobre todos os justos:
7 Mas a eles será dada paz: Ele preservará os eleitos e para com eles exercitará clemência.
8 Então todos pertencerão a Deus, serão felizes e abençoados, e o esplendor da Divindade os iluminará.

Capítulo 2

1 Eis que Ele vem com dezenas de milhares dos Seus santos para executar julgamento sobre os pecadores e destruir o iníquo, e reprovar toda coisa carnal e toda coisa pecaminosa e mundana que foi feita, e cometida contra Ele. (2) Citado por Judas, vss. 14, 15.

Capítulo 3

1 Todos os que estão nos céus sabem o que transcorre lá.
2 Eles sabem que as luminárias celestes não mudam seus caminhos; que cada uma nasce e se põe regularmente, cada uma a seu próprio tempo, sem transgredir os mandamentos que receberam.A VISÃO da terra, e entendem o que deve acontecer, desde o princípio até o seu fim.
3 Eles vêem que toda obra de Deus é invariável no período de seu aparecimento. Eles vêem o verão e o inverno: percebendo que toda terra está repleta de água; e que a nuvem, o orvalho, e a chuva refrescam-na.

Capítulo 4

1 Eles consideram e vêem cada árvore, como aparecem para depois murchar, e toda folha, para depois cair, exceto de quatorze árvores, as quais não são efêmeras, e esperam pelo aparecimento das folhas novas por dois ou três invernos.

Capítulo 5

1 Novamente eles consideram os dias de verão, que o sol está sobre a terra desde o princípio; enquanto tu procuras por uma cobertura e por um lugar sombreado por causa do sol ardente; enquanto a terra é queimada com calor fervente, e tu te tornas incapaz de andar sobre a terra ou sobre as rochas em conseqüência do calor.

Capítulo 6

1 Eles consideram como as árvores, quando elas dão suas folhas verdes, cobrem-se e produzem frutos; entendendo tudo, e sabendo que Ele, o qual vive para sempre, faz todas estas coisas por causa de vós:
2 Que as obras desde o princípio de todo ano existente, que todas as suas obras são obedientes a Ele e invariáveis; assim como Deus determinou, assim todas as coisas acontecem.
3 Eles veem também como os mares e os rios juntos completam suas respectivas operações:
4 Mas tu resistes impacientemente, não cumpres os mandamentos do Senhor, mas transgrides e calunias a Sua grandiosidade; e malditas são as palavras em tua boca poluída contra Sua majestade.
5 Tu, murcho de coração, a paz não estará contigo!
6 Portanto teus dias te amaldiçoarão, e os anos de tua vida perecerão; execração perpétua se multiplicará, e não obterás misericórdia.
7 Nestes dias tu resignas tua paz com a eterna maldição de todos os justos, e os pecadores perpetuamente te execrarão;
8 Eles te execrarão com tudo o que não é divino.
9 Os eleitos possuirão luz, alegria e paz; e herdarão a terra.
10 Mas tu, que não és santo, serás amaldiçoado.
11 Então a sabedoria será dada aos eleitos, todos os que viverão, e não transgredirão por impiedade ou orgulho, mas humilhar-se-ão, processando prudência, e não repetirão transgressão.
12 Eles não condenarão todo o período das suas vidas, não morrerão em tormento e indignação; mas a soma dos seus dias se completará, e envelhecerão em paz; enquanto os anos de sua felicidade se
multiplicarão em alegria, e com paz, para sempre, em toda a duração de sua existência.

Capítulo 7

1 E aconteceu depois que os filhos dos homens se multiplicaram naqueles dias, nasceram-lhe filhas, elegantes e belas.
2 E quando os anjos, (3) os filhos dos céus, viram-nas, enamoraram-se delas, dizendo uns para os outros: Vinde, selecionemos para nós mesmos esposas da progênie dos homens, e geremos filhos.
(3) No texto aramaico lê-se "Sentinelas" (J.T. Milik, Aramaic Fragments of Qumran Cave 4 [Oxford: Clarendon Press, 1976], p. 167).
3 Então seu líder Samyaza disse-lhes: Eu temo que talvez possais indispor-vos na realização deste empreendimento;
4 E que só eu sofrerei por tão grave crime.
5 Mas eles responderam-lhe e disseram: Nós todos juramos;
6 E amarraram-se por mútuos juramentos, que nós não mudaremos nossa intenção mas executamos nosso empreendimento projetado.
7 Então eles juraram todos juntos, e todos se amarraram (ou uniram) por mútuo juramento. Todo seu número era duzentos, os quais descendiam de Ardis, (4) o qual é o topo do monte Armon.
(4) de Ardis. Ou, "nos dias de Jared" (R.H. Charles, ed. and trans., The Book of Enoch [Oxford: Clarendon Press, 1893, p. 63).
8 Aquele monte portanto foi chamado Armon, porque eles tinham jurado sobre ele, (5) e amarraram-se por mútuo juramento.
(5) Mt. Armon, ou Monte Hermon deriva seu nome do hebreu herem, uma maldição (Charles, p. 63).
9 Estes são os nomes de seus chefes: Samyaza, que era o seu líder, Urakabarameel, Akibeel, Tamiel, Ramuel, Danel, Azkeel, Saraknyal, Asael, Armers, Batraal, Anane, Zavebe, Samsaveel, Ertael, Turel, Yomyael, Arazyal. Estes eram os prefeitos dos duzentos anjos, e os restantes estavam todos com eles. (6)
(6) O texto aramaico preserva uma lista anterior dos nomes destes Guardiães ou Sentinelas: Semihazah; Artqoph; Ramtel; Kokabel; Ramel; Danieal; Zeqiel; Baraqel; Asael; Hermoni; Matarel; Ananel; Stawel; Samsiel; Sahriel; Tummiel; Turiel; Yomiel; Yhaddiel (Milik, p. 151).
10 Então eles tomaram esposas, cada um escolhendo por si mesmo; as quais eles começaram a abordar, e com as quais eles coabitaram, ensinando-lhes sortilégios, encantamentos,e a divisão de raízes e árvores.
11 E as mulheres conceberam e geraram gigantes, (7).
(7) O texto grego varia consideravelmente do etíope aqui. Um manuscrito grego acrescenta a esta secção, "E elas [as mulheres] geraram a eles [as Sentinelas] três raças: os grandes gigantes. Os gigantes trouxeram [alguns dizem “mataram"] os Naphelim, e os Naphelim trouxeram [ou "mataram"] os Elioud. E eles sobreviveram, crescendo em poder de acordo com a sua grandeza." Veja o registro no Livro dos Jubileus.
12 Cuja estatura era de trezentos cúbitos. Estes devoravam tudo o que o labor dos homens produzia e tornou-se impossível alimentá-los;
13 Então eles voltaram-se contra os homens, a fim de devorá-los;
14 E começaram a ferir pássaros, animais, répteis e peixes, para comer sua carne, um depois do outro, (8) e para beber seu sangue.
(8) Sua carne, um depois do outro. Ou, "de uma outra carne". R.H. Charles nota que esta frase pode referir-se à
destruição de uma classe de gigantes por outra. (Charles, p. 65).
15Então a terra reprovou os injustos.

Capítulo 8

1 Além disso, Azazyel ensinou os homens a fazerem espadas, facas, escudos, armaduras (ou peitorais), a fabricação de espelhos e a manufatura de braceletes e ornamentos, o uso de pinturas, o embelezamento das sobrancelhas, o uso de todo tipo selecionado de pedras valiosas, e toda sorte de corantes, para que o mundo fosse alterado.
2 A impiedade foi aumentada, a fornicação multiplicada; e eles transgrediram e corromperam todos os seus caminhos.
3 Amazarak ensinou todos os sortilégios, e divisores de raízes:
4 Armers ensinou a solução de sortilégios;
5 Barkayal ensinou os observadores das estrelas, (9)
(9) Observadores das estrelas. Astrólogos (Charles, p. 67).
6 Akibeel ensinou sinais;
7 Tamiel ensinou astronomia;
8 E Asaradel ensinou o movimento da lua,
9 E os homens, sendo destruídos, clamaram, e suas vozes romperam os céus.

Capítulo 9

1 Então Miguel e Gabriel, Radael, Suryal, e Uriel, olharam abaixo desde os céus, e viram a quantidade de sangue que era derramada na terra, e toda a iniqüidade que era praticada sobre ela, e disseram um ao outro; Esta é a voz de seus clamores;
2 A terra desprovida de seus filhos tem clamado, mesmo até os portões do céu.
3 E agora a ti, ó Santo dos céus, as almas dos homens queixam-se, dizendo: Obtém justiça para conosco com o Altíssimo (10). Então eles disseram ao seu Senhor, o Rei: Tu és Senhor dos senhores, Deus dos deuses, Rei dos reis. O trono de Tua glória é para sempre e sempre, e para sempre seja Teu nome santificado e glorificado.
(10) Obtém justiça para conosco. Literalmente, "Traz julgamento para nós do..." (Richard Laurence, ed. and trans., The Book of Enoch the Prophet [London: Kegan Paul, Trench & Co., 1883], p. 9).
4 Tu fizeste todas as coisas; Tu possuis poder sobre todas as coisas; e todas as coisas estão abertas e manifestas diante de Ti. Tu vês todas as coisas e nada pode esconder-se de Ti.
5 Tu viste o que Azazyel tem feito, como ele tem ensinado toda espécie de iniqüidade sobre a terra, e tem aberto ao mundo todas as coisas secretas que são feitas nos céus.
6 Samyaza também tem ensinado sortilégios, para quem Tu deste autoridade sobre aqueles que estão associados Contigo. Eles tem ido juntos às filhas dos homens, têm-se deitado com elas; têm-se contaminado;
7 E têm descoberto crimes a elas. (11)
(11) Descoberto crimes. Ou, "revelado estes sinais" (Charles, p. 70).
8 As mulheres igualmente têm gerado gigantes.
9 Assim toda a terra tem se enchido de sangue e iniqüidade.
10 E agora, vês que as almas daqueles que estão mortos clamam.
11 E queixam-se até ao portão do céu.
12 Seus gemidos sobem; nem podem eles escapar da injustiça que é cometida na terra. Tu conheces todas as coisas, antes de elas existirem.
13 Tu conheces estas coisas, e o que tem sido feito por eles; já Tu não falas a nós.
14 O que, por conta destas coisas, devemos fazer contra eles?

Capítulo 10

1 Então o Altíssimo, o Grande e Santo falou,
2 E enviou a Arsayalalyur (12) ao filho de Lamech,
(12) Arsayalalyur. No texto em grego lê-se "Uriel”.
3 Dizendo: Diz a eles em Meu nome: Esconde-te.
4 Então explicou-lhe a consumação que está preste a acontecer; pois toda a terra perecerá; as águas do dilúvio virão sobre toda a terra, e todas os que estão nela serão destruídos.
5 E agora, ensina-o como ele pode escapar, e como sua semente pode permanecer em toda a terra.
6 Novamente o Senhor disse a Rafael: Amarra a Azazyel, mãos e pés; lança-o na escuridão; e abrindo o deserto que está em Dudael, lança-o nele.
7 Arremessa sobre ele pedras agudas, cobrindo-o com escuridão;
8 Lá ele permanecerá para sempre; cobre sua face, para que ele não possa ver a luz.
9 E no grande dia do julgamento lança-o ao fogo.
10 Restaura a terra, a qual os anjos corromperam; e anuncia vida a ela, para que Eu possa recebê-la.
11 Todos os filhos dos homens, sua descendência, não perecerão em consequência de todo segredo, pelo qual as Sentinelas têm destruído, e o que eles ensinaram;
12 Toda a terra tem se corrompido pelos efeitos dos ensinamentos de Azazyel. A ele, portanto, se atribui todo crime.
13 A Gabriel também o Senhor disse: Vai aos bastardos, (13) aos réprobos, aos filhos da fornicação; e destrói os filhos da fornicação, a descendência das Sentinelas de entre os homens; traga-os e excita-
os uns contra os outros. Faça-os perecer por mútua matança; pois o prolongamento de dias não será deles.
(13) "bastardos" (Charles, p. 73; Michael A. Knibb, ed. and trans., The Ethiopic Book of Enoch [Oxford: Clarendon
Press, 1978], p. 88).
14 Eles rogarão a ti, mas seus pais não obterão seus desejos com respeito a eles; pois eles esperaram por vida eterna, e que eles possam viver, cada um deles, quinhentos anos.
15 A Miguel, igualmente o Senhor disse: Vai e anuncia seus próprios crimes a Samyaza, e aos outros que estão com ele, os quais têm se associado às mulheres para que se contaminem com toda sua impureza. E quando todos os seus filhos forem mortos, quando eles virem a perdição dos seus bem-amados, amarra-os por setenta gerações debaixo da terra, mesmo até o dia do julgamento, e da
consumação, até o julgamento, cujo efeito que dura para sempre, seja completado.
16 Então eles serão levados para as mais baixas profundezas do fogo em tormentos; lá eles serão encerrados em confinamento para sempre.
17 Imediatamente depois disso ele, (14) juntamente com os outros, queimarão e perecerão; eles serão amarrados até a consumação de muitas gerações.
(14) Ele. I.e., Samyaza.
18Destrói todas as almas viciadas na luxúria, (15) e a descendência das Sentinelas, pois eles tiranizam a humanidade.
(15) "luxúria" (Knibb, p. 90; cp. Charles, p. 76).
19 Que todo opressor pereça na face da terra;
20 Que toda má obra seja destruída;
21 A semente da justiça e da retidão apareça, e o que é produtivo torne-se uma bênção.
22 Justiça e retidão serão plantados para sempre com prazer.
23 E então todos os santos darão graças, e viverão até terem gerado milhares de filhos, enquanto todo o período se sua juventude, e seus sábados, serão completados em paz. Naqueles dias toda a terra será cultivada em retidão; ela será totalmente cultivada com árvores, e será cheia de bendições; toda árvore de delícias será plantada nela.
24 Vinhas serão plantadas; e a vinha que nela será plantada produzirá frutos para saciedade; toda semente que nela será semeada produzirá mil por uma medida; e uma medida de olivas produzirá dez prensas de óleo.
25 Purifica a terra de toda opressão, de toda injustiça, de todo crime, de toda impiedade, e de toda impureza que é cometida sobre ela. Extermina-os da terra.
26 Então todos os filhos dos homens serão justos, e todas as nações me pagarão divinas honras, e Me abençoarão; e todos Me adorarão.
27 A terra será limpa de toda corrupção, de toda punição e de todo sofrimento; Eu não enviarei novamente dilúvio sobre ela, de geração em geração para sempre.
28 Naqueles dias Eu abrirei tesouros de bênçãos que estão nos céus, para que Eu possa fazê-las descer sobre a terra, e sobre todos os trabalhos e labores do homem.
29 Paz e equidade se associará aos filhos dos homens todos os dias do mundo, em cada uma de suas gerações.

Capítulo 11 (não tem)

LIVROS APÓCRIFOS - EVANGELHO DE BARTOLOMEU


LIVRO DE TOMÉ - A INFÂNCIA DO SENHOR, NARRADA POR TOMÉ

FOLÓSOFO ISRAELITA está no blog http://comandodeorion.blogspot.com/

Jerônimo e Epifânio citam o Evangelho de Bartolomeu, onde se registra a conversa
de Bartolomeu e Cristo com Belial, começando após a Ressurreição. Adão, o Diabo, o
Inferno, Enoch e Elias são mencionados ao longo da narrativa, além de Maria comentar
com os apóstolos detalhes da Concepção. Bastante significativo também é o trecho onde
Belial comenta sua Queda.

EVANGELHO DE BARTOLOMEU

Depois que Nosso Senhor Jesus Cristo ressuscitou de entre os mortos, acercou-se dele
Bartolomeu e abordou-o desta maneira:
-Desvela-nos, Senhor, os mistérios dos céus.
Jesus respondeu-lhe:
- Se não me despojar deste corpo carnal não os poderei desvelar.
Bartolomeu, pois, acercando-se do Senhor, disse-lhe:
—Tenho algo a dizer-lhe, Senhor.
Jesus, por sua vez, respondeu:
— Já sei o que me vais dizer. Dize-me, pois, o que quiseres. Pergunta e eu te darei a
razão.
Bartolomeu, então, falou:
— Quando ias no caminho da cruz, eu te segui de longe. E te vi a ti, dependurado no
lenho, e os anjos que, descendo dos céus, te adoraram. Ao sobrevirem as trevas e eu
estava a tudo contemplando. Eu vi como desapareceste da cruz e só pude ouvir os
lamentos e o ranger de dentes que se produziram subitamente das entranhas da terra.
Dize-me, Senhor, onde foste depois da cruz.
Jesus, então, respondeu desta forma:
— Feliz de ti, Bartolomeu, meu amado, porque te foi dado contemplar este mistério.
Agora podes perguntar-me qualquer coisa que a ti ocorra, porque tudo dar-te-ei eu a
conhecer. Quando desapareci da cruz, desci aos Infernos para dali tirar Adão e a todos
que com ele se encontravam, cedendo às suplicas do arcanjo Gabriel.
Então disse Bartolomeu:
— E o que significa aquela voz que se ouviu?

Responde-lhe Jesus:

— Era a voz do Tártaro que dizia a Belial: a meu modo de ver, Deus se fez presente
aqui. Quando desci, pois, com meus anjos ao Inferno para romper os ferrolhos e as portas de bronze, dizia ele ao Diabo: parece-me que é como se Deus tivesse vindo à terra. E os anjos dirigiram seus clamores às potestades, dizendo: levantai, ó príncipes, as portas e fazei correr as cortinas eternas, porque o Reino da Glória vai descer à terra. E o Inferno disse: quem é esse Rei da Glória que vem do céu a nós? Mas quando já havia descido quinhentos passos, o Inferno encheu-se de turbação e disse: parece-me que é Deus que baixa à terra, pois ouço a voz do Altíssimo e não o posso aguentar. E o Diabo respondeu: não percas o ânimo, Inferno; recobra teu vigor, que Deus não desce à terra. Quando voltei a baixar outros quinhentos passos, os anjos e potestades exclamaram: alçai as portas ao vosso Reino e elevai as cortinas eternas, pois eis que está para entrar o Rei da Glória. Disse de novo o Inferno: ai de mim! Já sinto o sopro de Deus. E disse o Diabo ao Inferno: para que me assustas, Inferno? Se somente é um profeta que tem algo semelhante com Deus ... Apanhemo-lo e levemo-lo à presença desses que crêem que está subindo ao céu.

Mas replicou o Inferno: e quem é entre os profetas? Informa-me. É, por acaso, Enoch, o escritor mui verdadeiro? Mas Deus não lhe permite baixar à terra antes de seis mil anos. Acaso te referes a Elias, o vingador? Mas este não poderá descer até o final do mundo. Que farei? Para nossa perdição, é chegado o fim de tudo, pois aqui tenho escrito em minha mão o número dos anos. Belial disse ao Tártaro: não te perturbes. Assegura bem teus poderes e reforça os ferrolhos. Acredita-me, Deus não baixa à terra. Responde o Inferno: não posso ouvir tuas belas palavras. Sinto que se me arrebenta o ventre e minhas entranhas enchem-se de aflição. Outra coisa não pode ser: Deus apresentou-se aqui. Ai de mim! Aonde irei esconder-me de seu rosto, da sua força do grande Rei? Deixa-me que me esconda em tuas entranhas, pois fui criado antes de ti. Naquele preciso momento, entrei. Eu o flagelei e o atei com correntes que não se rompem. Depois fiz sair a todos os Patriarcas e voltei novamente para a cruz.

— Dize-me, Senhor — disse-lhe Bartolomeu. — Quem era aquele homem de talhe gigantesco a quem os anjos levavam em suas mãos?

Jesus respondeu:
— Aquele era Adão, o primeiro homem que foi criado, a quem fiz descer do céu à terra. E eu lhe disse: por ti e por teus descendentes fui pregado na cruz. Ele, ao ouvir isso, deu um suspiro e disse: assim, rendo-me a ti, Senhor.
De novo disse Bartolomeu:
— Vi também os anjos que subiam diante de Adão e que entoavam hinos, mas um destes, o mais esbelto de todos, não queria subir. Tinha em suas mãos uma espada de fogo e fazia sinais somente a ti. Os demais rogavam que ele subisse ao céu, mas ele não queria. Quando, porém, tu o mandaste subir, vi uma chama que saia de suas mãos e que chegava à cidade de Jerusalém.
Disse Jesus:
— Era um dos anjos encarregados de vingar o trono de Deus. E estava suplicando a mim. A chama que viste sair de suas mãos feriu o edifício da sinagoga dos judeus para dar testemunho de mim, por terem eles me sacrificado.
Quando falou isso, disse aos apóstolos:
— Esperai-me neste lugar, porque hoje se oferece um sacrifício no paraíso e ali hei de estar para recebê-los.
Falou Bartolomeu:
— Qual é o sacrifício que se oferece hoje no paraíso?
Jesus respondeu:
— As almas dos justos, que saíram do corpo, vão entrar hoje no Éden e, se eu não estiver lá presente, não poderão entrar.
Bartolomeu continuou:
— Quantas almas saem diariamente deste mundo?
Disse-lhe Jesus:
— Trinta mil.—
Insistiu Bartolomeu:
— Senhor, quando te encontravas entre nós ensinando-nos tua palavra, recebia sacrifícios no paraíso?
Respondeu-lhe Jesus:
— Em verdade te digo eu, meu amado, que, quando me encontrava entre vós ensinando-vos a palavra, estava simultaneamente sentado junto de meu Pai.
Disse-lhe Bartolomeu:
— Quantas almas nascem diariamente no mundo?
Responde-lhe Jesus:
— Uma só a mais do que as que saem do mundo.
Dizendo isto, deu-lhes a paz e desapareceu no meio deles.
Estavam os apóstolos em um lugar chamado Chiltura, com Maria, a Mãe de Jesus Cristo. Bartolomeu, acercando-se de Pedro, André e João, disse-lhes:
— Por que não pedimos à cheia de graça que nos diga como concebeu ao Senhor e como pôde carregar em seu seio e dar à luz o que não pôde ser gestado?
Eles vacilaram em perguntar-lhe.
Disse Bartolomeu a Pedro:
— Tu, como corifeu e nosso mestre que és, acerca-te e pergunta-lhe. Mas, ao ver todos vacilantes e em desacordo, Bartolomeu acercou-se dela e disse:
— Deus te salve, Tabernáculo do Altísimo; aqui viemos todos os apóstolos a perguntar-te como concebeste ao que é incompreensível, e como carregaste em teu seio aquele que não pôde ser gestado, ou como, enfim, deste à luz tanta grandeza.
Maria respondeu:
— Não me interrogueis acerca deste mistério. Se começar a falar-vos dele, sairá fogo de minha boca e consumirá toda a terra.
Eles insistiram e Maria, não querendo dar-lhes ouvidos, disse:
— Oremos.—
Os apóstolos puseram-se de pé atrás de Maria. Esta disse a Pedro:
— E tu, Pedro, que és chefe e grande pilar, estás de pé atrás de nós? Pois não disse o Senhor que a cabeça do varão é Cristo e a da mulher é o varão?’
Eles replicaram:
— O Senhor plantou sua tenda em ti e em tua pessoa houve por bem ser contido. Tu deves ser nossa guia na oração.
Maria, então, disse-lhes:
— Vós sois estrelas brilhantes do céu. Vós sois os que devem orar.
Disseram eles:
— Tu deves orar, pois que sois a Mãe do Rei Celestial.
Maria colocou-se diante deles e elevando as mãos aos céus começou a dizer:
— Ó Deus, tu que és o Grande, o Sapientíssimo, o Rei dos séculos, inexplicável, inefável, aquele que com uma palavra deu consistência às magnitudes siderais, aquele que fundamentou em afinada harmonia a excelsitude do firmamento, aquele que separou a obscuridade tenebrosa da luz, aquele que alicerçou em um mesmo lugar os mananciais das águas; tu que deste base à terra, tu que não podendo ser contido nos sete céus, te dignaste a ser contido em mim sem dor alguma, sendo Verbo Perfeito do Pai, por quem todas as coisas foram feitas; da glória, Senhor, a teu magnífico nome, manda-me falar na presença de teus santos apóstolos.
Terminada a oração, disse:
— Sentemo-nos no chão e vem tu, Pedro, que és o chefe. Senta-te à minha direita e apoia com tua esquerda meu braço. Tu, André faz o mesmo do lado esquerdo. Tu, João, que és virgem, segura meu peito. E tu, Bartolomeu, põe-te de joelhos atrás de mim e apoia minhas costas para que, ao começar falar, meus ossos não se desarticulem.
Quando fizeram isso, começou ela a falar:
— Estando eu no templo de Deus, aonde recebia alimento das mãos de um anjo, apareceu-me certo dia uma figura que me pareceu ser angélica. Mas seu semblante era indescritível, e não levava nas mãos nem o pão nem o cálice, como o anjo que anteriormente tinha vindo a mim. Eis que de repente, rasgou-se o véu do templo e sobreveio um grande terremoto. Joguei-me por terra, não podendo suportar o semblante do anjo, mas ele estendeu-me sua mão e levantou-me. Olhei para o céu e vi uma nuvem de orvalho que aspergiu-me da cabeça aos pés. Então ele enxugou-me com o seu manto e disse-me: salve, cheia de graça, cálice da eleita. Deu, então, um golpe com sua mão direita e apareceu um pão muito grande, que colocou sobre o altar do templo. Comeu em primeiro lugar e em seguida deu-o a mim também. Deu outro golpe com a ourela esquerda de sua túnica e apareceu um cálice muito grande e cheio de vinho. Bebeu em primeiro lugar e em seguida deu-o a mim também. E meus olhos viram um cálice transbordante e um pão. Disse-me, então: ao cabo de três anos, eu te dirigirei novamente minha palavra e conceberás um filho pelo qual será salva toda a criação. Tu és o cálice do mundo. A paz esteja contigo, minha amada, e minha paz te acompanhará sempre. Após isto, desapareceu de minha presença, ficando o templo como estava anteriormente.
Ao terminar de falar, começou a sair fogo de sua boca. Quando o mundo estava para ser destruído, apareceu o Senhor que disse a Maria:
— Não desveles este mistério, porque se o fizerdes no dia de hoje sofrerá a criação inteira um cataclismo.
Os apóstolos, consternados, temeram que o Senhor pudesse irar-se contra eles.
O Senhor caminhou com eles até o Monte Moria e se sentou no meio deles. Como tinham medo, hesitavam em perguntar-lhe. Jesus incitou-os:
— Perguntai-me o que quiserdes, pois dentro de sete dias partirei para o meu Pai e já não estarei visível a vós nesta forma.
Eles, vacilantes, disseram:
— Permite-nos ver o abismo, como nos prometeste.
Respondeu Jesus:
— Melhor seria para vós não verdes o abismo; mas, se o queres, segui-me e o vereis.
Ele os conduziu ao local chamado Cherudik, cujo significado é lugar de verdade, e fez um sinal aos anjos do Ocidente. A terra abriu-se como um livro e o abismo apareceu.
Ao vê-lo, os apóstolos prostraram-se em terra, mas o Senhor os ergueu dizendo:
— Não vos dizia, há pouco, que não vos faria bem verdes o abismo?’
Jesus tomou-os de novo e pôs-se a caminho do monte das Oliveiras.
Pedro disse a Maria:
— Oh tu, cheia de graça, roga ao senhor que nos revele os arcanjos celestiais.
Maria respondeu a Pedro:
— Oh tu, pedra escolhida por acaso não prometeu ele fundar sua Igreja sobre ti?
Pedro insistiu:
— A ti, que és um amplo tabernáculo, cabe perguntar.
Disse Maria:
— Tu és a imagem de Adão e este não foi formado da mesma maneira que Eva. Observa o sol e vê que, tal qual Adão, ele se avantaja em brilho aos demais astros. Observa também a lua e vê como está enodoada pela transgressão de Eva. Porque pôs Adão ao oriente e Eva ao Ocidente, ordenando a ambos que ofereçam a face mutuamente.
Quando chegaram ao cimo do monte o Senhor afastou-se um pouco deles, e Pedro disse a Maria:
— Tu és aquela que desfez a infração de Eva, transformando-a de vergonha em regozijo.
Quando Jesus retornou, disse-lhe Bartolomeu:
— Senhor, mostra-nos o inimigo dos homens para que vejamos quem é e quais são suas obras, já que nem mesmo de ti se apiedou, fazendo-te pender do patíbulo.
Jesus, fixando nele seu olhar, disse-lhe:
— Teu coração é duro. Não te é dado ver isso que pedes.
Então, Bartolomeu, todo agitado, caiu aos pés de Jesus, dizendo:
— Jesus Cristo, chama inextinguível, criador da luz eterna, tu que hás dado a graça universal a todos os que te amam e que nos hás outorgado por meio da Virgem Maria o fulgor perene da tua presença neste mundo, concede-nos o nosso desejo.
Quando Bartolomeu acaba de falar, o Senhor ergueu-se dizendo:
— Vejo que é teu desejo ver o adversário dos homens. Mas lembra-te que, ao fitá-lo, não apenas tu mas também os demais apóstolos e Maria caireis por terra e ficareis como mortos.
Mas todos lhe disseram:
— Senhor, vejamo-lo.
Então fê-los descer do monte das Oliveiras. E, havendo lançado um olhar enfurecido aos anjos que custodiavam o Tártaro, ordenou a Micael que fizesse soar a trombeta fortemente. Quando este o fez, Belial subiu aprisionado por 6 064 anjos e atado com correntes de fogo.
O dragão tinha de altura mil e seiscentos côvados e de largura, quarenta. Seu rosto era
como uma centelha e seus olhos, tenebrosos. Do seu nariz saía uma fumaça malcheirosa e sua boca era como a face de um precipício.
Ao vê-lo, os apóstolos caíram por terra sobre os rostos e ficaram como que mortos.
Jesus acercou-se deles, ergueu-os e infundiu-lhes ânimo.
Disse a Bartolomeu:
— Pisa com teu próprio pé sua cerviz e pergunta-lhe quais foram suas obras até agora e como engana os homens.
Jesus estava de pé com os demais apóstolos. Bartolomeu, temeroso, ergueu a voz e disse:
— Bendito seja desde agora e para sempre o nome de teu reino imortal.
Quando ele acabou de dizer isso, Jesus o exortou de novo:
— Anda, pisa a cerviz de Belial.
Bartolomeu caminhou apressadamente para Belial e pisou-lhe o pescoço, deixando-o a tremer.
Bartolomeu fugiu assustado, dizendo:
— Deixa-me pegar a borda de tuas vestes para que me atreva a aproximar-me dele.
Jesus respondeu-lhe:
— Não podes tocar a fímbria das minhas vestes porque não são as mesma que eu tinha antes de ser crucificado.
Disse-lhe Bartolomeu:
— Tenho medo, Senhor, de que, assim como não se compadeceu dos anjos, da mesma maneira me esmague também a mim.
Respondeu Jesus:
— Mas por acaso não se acertaram todas as coisas graças à minha palavra e à inteligência de meu Pai? A Salomão se submeteram os espíritos. Vai tu, pois, em meu nome, e pergunta-lhe o que quiseres.
Ao fazer Bartolomeu o sinal da cruz e orar a Jesus, irrompeu um incêndio e as vestes do apóstolo foram tomadas pelas chamas.
Disse-lhe então Jesus de novo:
— Pisa, como te disse, na cerviz, de maneira que possas perguntar-lhe qual é o seu poder.
Bartolomeu, pois, se foi e pisou-lhe a cerviz, que trazia oculta até as orelhas, dizendo-lhe:
— Dizei-me quem és tu e qual é teu nome.
Bartolomeu, afrouxou-lhe um pouco as ligaduras e lhe disse:
— Conta tudo quanto tens feito.
Respondeu Belial:
— A princípio me chamava Satanail, que quer dizer mensageiro de Deus, Mas, desde que não reconheci a imagem de Deus, meu nome foi mudado para Satanás, que quer dizer anjo guardião do tártaro.
Bartolomeu falou de novo:
— Conta tudo sem nada ocultar.
Ele respondeu:
— Juro-te pela glória de Deus que, ainda que quisesse ocultá-lo, ser-me-ia impossível. Está aqui presente aquele que me acusa. E se me fosse possível vos faria desaparecer a todos da mesma maneira que o fiz com aquele que pregou para vós. Também fui chamado primeiro anjo porque, quando Deus fez o céu e a terra, apanhou um punhado de fogo e formou-me a mim primeiro e o segundo foi Micael, e o terceiro Gabriel, e o quarto Rafael, e o quinto Uriel, o sexto Xathsnael e assim outros seis mil anjos, cujos nomes me é impossível pronunciar, pois são os lictores de Deus e me flagelam sete vezes a cada dia e sete vezes a cada noite. Não me deixam um momento e são os encarregados de minar minhas forças. Os anjos vingadores são estes que estão diante do trono de Deus. Eles foram criados primeiro. Depois destes foi criada a multidão dos anjos: no primeiro céu há cem miríades; no segundo, cem miríades; no terceiro, cem miríades; no quarto, cem miríades; no quinto, cem miríades, no sexto, cem miríades; no sétimo, cem miríades. Fora do âmbito dos sete céus está o primeiro firmamento, onde residem as potestades que exercem sua atividade sobre o homem. Há também outros quatro anjos: Um é Bóreas, cujo nome é Vroil Cherum, tem na mão uma vara de fogo e neutraliza a força que a umidade exerce sobre a terra, para que esta não chegue a secar. Outro anjo está no Aquilon e seu nome é Elvisthá. Etalfatha tem a ser cargo o Aquilon. E ambos, ele e Mauch, que está na Bóreas, mantêm em suas mãos tochas incendiadas e varas de fogo para neutralizar o frio, o frio dos ventos, de maneira que a terra não se resseque e o mundo não pereça. Cedor cuida do Austro, para que o sol não perturbe a terra, pois Levenior apaga a chama que sai da boca daquele, para que a terra não seja abrasada. Há outro anjo que exerce domínio sobre o mar e reduz o empuxo das ondas. O mais não estou a revelar.
Insistiu Bartolomeu:
— Anda dize-me, malfeitor e mentiroso, ladrão desde o berço, cheio de amargura, engano, inveja e astúcia, velho réptil, trapaceiro, lobo rapace, como te arrumas para induzir os homens a deixar o Deus vivo, criador de todas as coisas, que fez o céu e a terra e tudo que neles está contido? Pois és sempre inimigo do gênero humano.
Disse o Anticristo:
— Dir-te-ei. Eis aqui uma roda que sobe do abismo e tem sete facas de fogo. A primeira delas tem doze canais.
Perguntou-lhe Bartolomeu:
— Quem está nas facas?
Respondeu o Anticristo:
— No canal ígneo da primeira faca ficam os inclinados ao sortilégio, à adivinhação e à arte de encantamento e também os que neles crêem e o buscam, já que por malícia de seu coração buscaram adivinhações falsas. No segundo canal de fogo vão os blasfemos, que maldizem de Deus, de seu próximo e das Escrituras. Também ficam ai os feiticeiros e os que os buscam e lhes dão crédito. Entre os meus encontram-se também os suicidas, os que se lançam à água, ou se enforcam, ou se ferem com a espada. Todos esses estarão comigo. No terceiro canal vão os homicidas, os que se entregam à idolatria e os que se deixam dominar pela avareza ou pela inveja, que foi o que me arrojou do céu à terra. Nos demais canais vão os perjuros, os soberbos, os ladrões, os que desprezam os peregrinos, os que não dão esmolas, os que não ajudam os encarcerados, os caluniadores, os que não amam o próximo e os demais pecadores que não buscam a Deus ou o servem debilmente. A todos esses eu os submeto ao meu arbítrio.
Tornou, então, Bartolomeu:
— Dize-me, diabo mentiroso e insincero! Fazes tu essas coisas pessoalmente ou por intermédio de teus iguais?
Respondeu-lhe o Anticristo:
—Oh se eu pudesse sair e fazer essas coisas por mim mesmo! Em três dias destruiria o mundo inteiro. Desgraçadamente, porém, nem eu nem nenhum dos que foram arrojados juntamente comigo podemos sair. Temos, todavia, outros ministros mais fracos que, por sua vez, atraem outros colegas ao quais emprestamos nossa vestimentas e mandamos semear insídias que enredem as almas dos homens com muita suavidade, afagando-as, para que se deixem dominar pela embriaguez, a avareza, a blasfêmia, o homicídio, o furto, a fornicação, a apostasia, a idolatria, o abandono da Igreja, o desprezo da Cruz, o falso testemunho, enfim, tudo o que Deus abomina. Isso é o que nós fazemos. A uns nós os deitamos ao fogo. A outros, nós os lançamos das árvores para que se afoguem. A uns rompemos pés e mãos e a outros lhes arrancamos os olhos. Estas e outras coisas são o que fazemos. Oferecemos ouro e prata e tudo mais que é cobiçável no mundo e àqueles que não conseguimos que pequem despertos fazemo-los pecar adormecidos. Também direi os nomes dos anjos de Deus que nos são contrários. Um deles chama-se Mermeoth, que é o que domina as tempestades. Meus satélites o conjuram e ele lhe dá permissão para que habitem onde queiram; mas ao voltar se incendeiam. Há outros cinqüenta anjos que têm debaixo do seu poder o raio. Quando algum espírito, dentre os nossos, quiser sair pelo mar ou pela terra, esses anjos desferem contra ele uma descarga de pedra. Com isso ateiam o fogo e fazem fender as rochas e as árvore. E quando conseguem dar conosco nos perseguem, obedecendo ao mandato daquele a quem servem. Graças a esse mandato, tu podes exercer poder sobre mim, pelo que me vejo obrigado, muito a meu pesar, a revelar te o segredo e as coisas que não pensava dizer-te.
Continuou Bartolomeu:
— Que tens feito e o que continuas fazendo ainda? Revela-me, Satanás!
Este respondeu:
— Tinha pensado não confessar-te todo o segredo, mas, por aquele que preside ao Universo, cuja cruz me lançou ao cativeiro, não posso ocultar-te nada.
Disse o Senhor Jesus a Bartolomeu:
— Afrouxa-lhes as ligaduras e ordena-lhe que retorne a seu lugar até a vinda do Senhor. Quanto ao mais, já me encarregarei eu mesmo de revelar-vos. Porque é necessário nascer de novo para que aqueles que passaram pela prova possam entrar no Reino dos céus, de onde foi expulso este inimigo por sua soberba, juntamente com aqueles de cujo conselho se servia.
Após isso, disse o apóstolo Bartolomeu ao Anticristo:
— Volta condenado e inimigo dos homens, ao abismo até a vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo, o qual há de vir julgar os vivos e mortos e ao mundo inteiro por meio do fogo e a condenar-te a ti e a todos os teus semelhantes. Não tentes daqui em diante continuar praticando isso que foste obrigado a revelar.
Satanás, lançando vozes misturadas com rugidos e gemidos, disse:
— Ai de mim, que tenho me servido de mulheres para enganar a tantos e acabei por ser burlado por uma virgem! Agora vejo-me aferrolhado e atado com cadeias de fogo pelo seu filho e estou ardendo de péssima maneira. Ó virgindade, que estás sempre contra mim! Ainda não se passaram os sete mil anos. como, pois, me vi condenado a confessar as coisas que acabo de dizer?
O apóstolo Bartolomeu, admirando a audácia do inimigo e confiando no poder do salvador, disse a Satã:
— Dize-me, imundíssimo demônio, a causa pela qual foste banido do mais alto do céu. Pois prometeste revelar-me tudo.
Respondeu o Diabo:
— Quando Deus se propôs a formar Adão, pai dos homens, à sua imagem, ordenou a quatro anjos que trouxessem terra das quatro partes do globo e água dos quatro rios do paraíso. Eu estava no mundo naquela ocasião e o homem passou a ser um animal vivente nos quatros rincões da terra onde eu estava. Então Deus o abençoou porque era sua imagem. Depois vieram render-lhe suas homenagens Micael, Gabriel e Uriel. Quando voltei ao mundo, disse-me o arcanjo Micael: adora essa figura que Deus fez segundo sua vontade. Eu me dei conta de que a criatura havia sido feita de barro e disse: eu fui feito de fogo e água e antes do que este. Eu não adoro o barro da terra. De novo me disse Micael: adora-o, antes que o Senhor se aborreça contigo. Eu repliquei: o Senhor não se irritará comigo. Eu vou colocar meu trono contra o dele. Então Deus enfureceu-se comigo, mandou abrir as comportas do céu e me arrojou à terra. Depois que fui expulso, perguntou o Senhor aos demais anjos que estavam às minhas ordens se dispunham a render-se diante da obra que havia feito com suas mãos e eles disseram: assim como vimos que nosso chefe não dobrou sua cerviz, da mesma maneira não adoraremos um ser inferior a nós. Naquele momento mesmo foram eles expulsos como eu. Ficamos adormecidos durante um período de quarenta anos. Ao despertar, percebi que dormiam os que estavam abaixo de mim e os despertei, seguindo meu capricho. Depois discuti com eles uma forma de lograr o homem por cuja causa fui expulso do céu. Tomada a resolução, descobri como podia seduzi-lo. Tomei em minhas mãos umas folhas de figueira, enxuguei com elas o suor do meu peito e das minhas axilas e atirei-as ao rio. Eva, então, ao beber daquela água, conheceu o desejo carnal e o ofereceu ao marido. A ambos pareceu doce o sabor e não deram conta do amargo de haverem prevaricado. Se não houvessem bebido dessa água, jamais poderia eu enredá-los, pois outro meio eu não tinha para poder superá-los senão esse.
O apóstolo Bartolomeu pôs-se a orar, dizendo :
— Oh, Senhor Jesus cristo! Ordena-lhe que entre no Inferno porque se mostra insolente comigo.
Disse Jesus Cristo a Satã:
—Vai, desce ao abismo e fica ali até minha chegada.
No mesmo instante o Diabo desapareceu.
Bartolomeu, caindo aos pés de Nosso Senhor Jesus Cristo, começou a dizer, banhado em lágrimas:
— Abba! Pai! Tu que continuas sendo único e glorioso Verbo do Pai, por que foram feitas todas as coisas; tu, a quem não te puderam conter os sete céus e que tiveste por habitar o seio de uma Virgem; a quem a Virgem gerou e deu à luz sem dor; tu, Senhor, elegeste aquela a quem verdadeiramente pudeste chamar mãe, rainha e escrava. Mãe, porque por ela te dignaste descer e dela tomaste carne mortal. E rainha porque a constituíste rainha das virgens. Tu que chamas os quatro rios e eles obedecem tuas ordens e se apressam a servi-te. O primeiro, o rio dos Filósofos, para a unidade da Igreja e da Fé, que foi revelada no mundo. O segundo, o Geon, porque foi feito da terra, ou também pelos dois testamentos. O terceiro, o tigre, porque aos que cremos no Pai, no Filho e no Espirito Santo, Deus único por quem foram feitas todas as coisas no céu e na terra, nos foi revelada a Trindade sempiterna, que está nos céus. O quarto, o Eufrates, porque tu te dignaste saciar toda alma vivente por meio do banho da regeneração, que representava a imagem dos Evangelhos que correm por toda a órbita da Terra e que te dignaste anunciar por teus servos, para que, por meio da confissão e da fé, sejam salvos todos os que crêem em teu nome grande e terrível e em teus santos Evangelhos, de maneira que possam alcançar a vida que ainda não possuem.
Continuou Bartolomeu:
— É lícito revelar estas coisas a todos os homens.
Disse-lhe Jesus:
— Pode dá-las a conhecer a todos que sejam crentes e observem este mistério que acabo de desvendar-vos. Pois entre os gentios há alguns que são idólatras, ébrios, fornicadores, maldosos, feiticeiros, malvados, que seguem as artimanhas do inimigo e que odeiam o próximo. Todos esses não são dignos de ouvir esse mistério. Mas são dignos de ouvi-lo todos os que guardam meus mandamentos, os que recebem em si as palavras de Vida eterna que não têm fim, e todos os que têm fim, e todos os que têm parte nos céus com os Santos, justos e fiéis no reino do meu Pai. Todos aquele que se hajam conservado imunes ao erro da iniquidade e hajam seguindo o caminho da salvação e da justiça, devem ouvir este mistério. E tu, Bartolomeu, és feliz, juntamente a tua geração.
Bartolomeu, ao escrever todas essas coisas que ouviu dos lábios de Nosso Senhor Jesus Cristo, mostrou toda sua alegria no rosto e bendisse o Pai, o Filho e o Espirito Santo, dizendo:
— Glória a Ti, Senhor, redentor dos pecadores, vida dos justo, amante da castidade.
O Senhor disse, então, batendo no peito:
— Eu, sou bom, manso e benigno, misericordioso e clemente, forte e justo, admirável e santo, médico e defensor de órfãos e viúvas, remunerador dos justos e fiéis, juiz de vivos e mortos, luz de luz e resplendor da claridade, consolador dos atribulados e cooperador dos pupilos; Alegrai-vos comigo, amigos meus, e recebei meu presente. Hoje vou dar-vos um dom celeste. A todos os que em mim tenham depositado suas aspiração e sua fé, e a vós, estou galardoando com a vida eterna.
Bartolomeu e os demais apóstolos puseram-se a glorificar o Senhor Jesus, dizendo:
— Glória a ti, pai dos céus, rei da vida eterna, foco de luz inextinguível, sol radiante e resplendor da claridade perpétua, reis dos reis, senhor dos senhores. A ti seja dada a magnificência, a glória, o império, o reino, a honra e o poder, juntamente com o Pai e o Espirito Santo. Bendito seja o Senhor Deus de Israel porque nos visitou e redimiu seu povo da mão de seus inimigos e usou conosco de misericórdia e justiça. Louvai a Nosso Senhor Jesus Cristo todas as nações e crede que ele é o juiz de vivos e mortos e o salvador dos fiéis. O qual vive e reina, juntamente com o Pai e o Espirito Santo, por todos os séculos dos séculos.
Amém.