quarta-feira, 8 de setembro de 2021

MAGIA



A Religião Antiga é uma religião que engloba magia como um de seus conceitos básicos. Isto não é estranho. Na verdade, é normalmente difícil distinguir onde termina a religião e onde começa a magia, em qualquer fé.

A Magia é uma Arte antiga, na verdade tão velha quanto o Homem e (de um jeito ou de outro) vem sendo praticada até hoje...

Costuma ser definida de mil maneiras diferentes, entretanto, há um consenso, entre os estudiosos do oculto, quanto à sua "essência", pois, em geral, estes a explicam como sendo uma "força" que combinaria a "energia psíquica" com a vontade do mago para provocar as "modificações" desejadas por este.

Trocando em miúdos, o magista conseguiria levantar uma ponta do véu que ainda encobre certos segredos da Natureza e, teoricamente, poderia usá-los em seu próprio favor. Ou do próximo...

Éliphas Lévi, um velho magista do século IX, afirmava que qualquer magia é sempre absolutamente natural e, nem poderia ser de outra forma, porque a MAGIA é regida pelas mesmas leis que regem a Natureza e o próprio Homem como um todo.
Neste caso, em si mesma não teria "cor" alguma, pelo simples fato de ser tão neutra como qualquer outra força existente na Natureza.


As raízes da feitiçaria são muito antigas e remontam à pré-história. Contudo, abaixo do nosso leve verniz cartesiano, lá está ela, latente e pronta para eclodir à menor provocação...
Irritando alguns, assustando francamente outros, mas fascinando a todos, cá está ela entre nós, abertamente e já sem medo das fogueiras da Inquisição.

Atualmente, a Bruxaria faz parte do que convencionou-se chamar "neo-paganismo"e multiplica-se em centenas de vertentes, cuja abordagem além de difícil, costuma suscitar acirradas disputas entre os fieis, digamos, mais fundamentalistas...

De uma maneira geral, os Bruxos modernos declaram-se seguidores da Antiga Religião, naturalmente recriada da forma como se imagina que fosse praticada ao tempo dos remotos cultos agrários, onde prevaleciam as Grandes Deusas-Mães.



É conhecimento comum, mesmo entre as massas, que as Bruxas praticam magia. Pode haver idéias distorcidas acerca do tipo de magia praticado, mas a Bruxa é firmemente associada, na cultura popular, às artes mágicas.

Em se tratando de magia, não existem caminhos fáceis. As bênçãos nem sempre são proporcionais às ordálias. Isso ocorre porque o tapa marca mais que o beijo.

Existem aqueles que tentam desmistificar a magia, tratando-a como artigo de beleza, como uma roupa ou maquiagem que torna a realidade algo mais agradável à vista humana do que a aspereza do terreno realmente faz sentir. No entanto, magia não é algo a ser comprado, vestido ou maquiado. Infelizmente, mais do que fazer o caminho menos pedregoso ao caminhante, essas pessoas apenas desviam o estudante daquilo que é sério, daquilo que é vivido e que marca não apenas a carne, mas marca o espírito com cicatrizes espirituais.

Há o caminho da Espada e há o caminho da Serpente. Ao primeiro, completa o segundo.
Não como anteposição, mas como aprofundamento e complemento. O primeiro é característico do começo da jornada, onde a curiosidade impulsiona a caminhada. Os passos são vacilantes, mas os passos são largos e descuidados, o que provoca muitas quedas pelo caminho. O segundo, é caracterizado pela disciplina e pela seleção criteriosa daquilo que se estuda e se pratica.

Magia (não confundir com mágica ou truque) antigamente chamada de Grande Ciência Sagrada pelos Magos, é uma ciência oculta que estuda os segredos da natureza e a sua relação com o homem, criando assim um conjunto de teorias e práticas que visam ao desenvolvimento integral das faculdades internas espirituais e ocultas do Homem, até que este tenha o domínio total sobre si mesmo e sobre a natureza. A magia tem características ritualísticas e cerimoniais que visam entrar em contato com os aspectos ocultos do Universo e da Divindade. A etimologia da palavra Magia, provém da Língua Persa, magus ou magi, significando tanto imagem quanto um homem sábio.

Há registros de práticas mágicas em diversas épocas e civilizações. Supõe-se que o caçador primitivo, entre outras motivações, desenhava a presa na parede da caverna antevendo o sucesso da caça. Adquiriu o ritual de enterrar os mortos. Nomeou as forças da natureza que (provisoriamente) desconhecia, dando origem à primeira tentativa de compreensão da realidade, o que chamamos de mito.


Os antigos acreditavam no poder dos homens e que através de magia eles poderiam comandar os deuses. Assim, os deuses são, na verdade, os poderes ocultos e latentes na natureza.

Durante o período da Inquisição, os magos foram perseguidos, julgados e queimados vivos pela Igreja Católica, pois esta acreditava que a magia estava relacionada com o diabo e suas manifestações.

A magia, segundo seus adeptos, é muitas vezes descrita como uma ciência que estuda todos os aspectos latentes do ser humano e das manifestações da natureza. Trata-se assim de uma forma de encarar a vida sob um aspecto mais elevado e espiritual. Os magos, utilizando-se de atividades místicas e de autoconhecimento, buscam a sabedoria sagrada e a elevação de potencialidades do ser-humano.

A magia seria também a ciência de simpatia e similaridade mútua, como a ciência da comunicação direta com as forças sobrenaturais, um conhecimento prático dos mistérios ocultos na natureza.

As Bruxas (os) também estabelecem relações especiais com a Deusa e com o Deus por meio da magia. Isto não quer dizer que todo encantamento é uma oração, nem são as invocações encantamentos com palavras diferentes.

O ato de chamarmos por seus nomes e visualizarmos sua presença durante os encantamentos e ritos cria um elo entre o Divino e os humanos.

Assim, na Religião Antiga , a magia é uma pratica religiosa.
Definir a magia, surpreendentemente esta é uma tarefa difícil. Uma definição bem simples mais recente e refinada é:

" A Magia é a projeção das forças naturais para gerar efeitos necessários."

A Magia divina é a energia existente na Deusa e o Deus -- a força vital, a fonte do poder universal que criou tudo aquilo que existe. A dualidade, a polaridade vinda de uma única e indescritível fonte a que chamamos a Fonte de Poder Universal.

As Bruxas (os) invocam a Deusa e o Deus para abençoar sua magia com poder. Durante os rituais eles podem direcionar o poder pessoal às deidades, pedindo para que uma determinada necessidade seja atendida. Isto é magia verdadeiramente religiosa.

Portanto, a magia é um processo pelo qual as Bruxas (os), operam em harmonia com a Fonte do Poder Universal, a qual visualizamos como a Deusa e o Deus, assim como com as energias pessoal e da Terra para que melhoremos nossas vidas e para levar energia à Terra.

Ao contrario do que reza a crença popular, a magia não é sobrenatural. Na verdade, é uma pratica oculta (escondida) imbuída em milênios de segredos, calúnias e desinformação, mas é uma pratica natural que se utiliza poderes genuínos ainda não descobertos ou catalogados pela ciência.

Isto não invalida a magia. Nem mesmo cientistas declararam saber tudo sobre nosso universo. Se assim o fizessem, o campo da investigação cientifica simplesmente não existiria.

Os poderes que as Bruxas (os) utilizam um dia serão documentados e assim perderão seus mistério. Tal já ocorreu, em parte, com a hipnose e a psicologia, e pode em breve acontecer com a percepção extra-sensorial.

A Magia é eficaz para causar manifestações de mudanças necessárias. Isto não é enganar-se a si mesmo. A Magia praticada de modo correto funciona, e nenhuma tentativa de explicação alterará este fato.


Há muitos modos de se praticar magia. As Bruxas (os) geralmente escolhem formas simples e naturais, apesar de alguns preferirem cerimoniais elaborados. Normalmente, entretanto, envolvem ervas, cristais e pedras; a utilização de símbolos e cores; gestos mágicos, musicas, voz, dança e transe; projeção astral, meditação, concentração e visualização.

Portanto devemos infundir o poder pessoal à necessidade, e em seguida libera-lo . Na magia das Bruxas (os), o poder pessoal é reconhecido como uma ligação direta com a Deusa e o Deus. A magia, portanto, é um ato religioso com os quais as Bruxas (os) se unem a suas deidades para melhorarem a si mesmos e ao seu mundo.

Todo o conhecimento que os druidas levou sobre magia celta, foram transmitidos apenas de um indivíduo para outro sem usar qualquer tipo de documento escrito, que é por isso que é tantas vezes difícil de determinar as características das práticas de magia celta.
A interpretação da natureza foi um dos pilares mais importantes da magia celta, que por sua vez, incluiu técnicas de adivinhação baseado em voos diferentes de aves, mas apesar do respeito e devoção que manteve este tipo de magia da natureza .

A verdadeira magia não é superstição nem magia popular, tal como os poderes atribuídos às ervas e aos encantamentos naturais. É a compreensão dos princípios metafísicos e de como empregá-los para manifestar seus desejos ou necessidades. Frequentemente a magia requer a utilização de instrumentos preparados e estados de consciência estabelecidos.

Magia também é encontrado nas culturas xamânicas, entre os homens da medicina e mulheres das tribos.

Embora usem “medicina” como palavra em vez de magia, em essência, eles estão praticando magia.

A dança da chuva, uma canção de cura, ou até mesmo uma bênção de proteção são todas as formas de magia.

A magia da Religião Antiga descende fundamentalmente das ancestrais crenças religiosas da Europa. A crença na Grande Deusa, era professada em toda a latitude e longitude do espaço europeu pré-cristianizado, desde o norte da Europa á península ibérica. Os celtas foram talvez os mais reconhecidos praticantes da magia que mais tarde veio a ser conhecida por «Bruxasa », mas na verdade tratava-se de uma crença amplamente divulgada. Com o evento do Cristianismo, as crenças religiosas e magias pagas foram altamente reprimidas, e terá sido neste momento em que as praticas espirituais europeias foram forçadas a ser praticadas em rigoroso secretismo, ( professar estas religiões e sistemas mágicos era punido com tortura e morte na fogueira), que nasceu um quadro de diferentes movimentos religiosos distintos. A velha religião europeia evoluiu assim para uma série de sistemas mágicos diferentes.


*alguns, mantendo a pureza das tradições religiosas, acabaram fundando o sistema que séculos mais tarde seria conhecido por Wicca;

*outros, incorporando nas velhas crenças, conceitos do cristianismo, ( como o de anjos, de demónios, de Diabo, etc), evoluíram diferentemente e acabaram séculos mais tarde por formar o sistema religioso denominado simplesmente por «bruxaria»

A magia da Religião Antiga , possui uma forte componente de contato com espíritos elementais, ou seja, tanto espíritos que incorporam nas forças da natureza, como entidades que são emanações das próprias forças da natureza.

Igualmente na perspectiva das tradições esotéricas mais ancestrais que procuram a relação e o contato com espíritos elementais, encontramos também a magia Celta.

Tanto a Bruxaria como a Magia Celta, são sistemas mágicos sustentados numa crença religiosa politeísta, na qual se professa a fé em Deuses e Deusas, bem como visões mitológicas próprias. A Magia Celta, assumirá contudo contornos de druidismo, o que virá a enquadrar na classe dos sistemas mágicos xamanistas.

Ainda assim, a magia tem papel especial na Religião Antiga . Ela nos permite melhorar nossas vidas e desenvolver energia ao nosso tão maltratado planeta.

Fonte: 3fasesdalua

Auto Conhecimento: O que é ter Resiliência?


Olá meus amores, tudo bem com vocês? Eu espero e intenciono que siiim!

Bom neste artigo iremos tentar responder a seguinte pergunta: Como desenvolver as principais características de pessoas resilientes?

Mesmo dentro do meio holístico precisamos aprender a sermos resilientes em nosso trabalho, em nossa vida, adquirindo uma habilidade de superar as dificuldades e olhar tudo como um grande aprendizado nesta jornada. Passamos por muitos altos e baixos, ataques psíquicos e espirituais, desequilíbrios energéticos, emocionais e dar a volta por cima de forma harmoniosa e equilibrada é especialmente uma habilidade experimentada a base de experiências de vida e sim, só se adquire com o tempo. Vamos entender melhor um pouco sobre esta capacidade que em algumas pessoas parece inata, porém é possível adquiri-la com o tempo a partir de autoconhecimento

Gisele Santos da Silva

Artigo do site: xerpay.com.br

Algumas pessoas são capazes de resistir ou enfrentar situações ruins com mais facilidade. É possível que o esforço seja o mesmo, mas as atitudes certamente são diferentes. O que você faz diante de situações estressantes? Como desenvolve características de pessoas resilientes

A resiliência é uma qualidade que está diretamente ligada a capacidade de adaptação, flexibilidade e controle perante à situações estressantes. Algumas das principais características de pessoas resilientes são:

  • otimismo;
  • paciência;
  • autoestima saudável;
  • adaptabilidade;
  • calma;
  • inteligência emocional;
  • empatia.

Se você quiser entender melhor a relação do estresse e a qualidade no trabalho, recomendamos a leitura deste material aqui.

É comum que o estresse crie complicações de diversas naturezas, por isso desenvolver a resiliência é um diferencial estratégico. Para te ajudar nesse processo, preparamos este post com os detalhes das principais características de pessoas resilientes.

O que é resiliência?




A resiliência é a capacidade que todos temos de nos adaptar psicologicamente para enfrentar as situações menos favoráveis. É uma habilidade que nos permite explorar o limite das emoções, sem, contudo, rompê-la

Diversos são os fatores que influenciam a sua atuação, seja a postura que adotamos, a escolha das palavras, o sentimento vinculado, e assim por diante. Talvez por isso, muitas pessoas acreditem que a resiliência seja uma qualidade nata. 

No entanto, é possível desenvolver essa habilidade, trabalhando algumas inerentes características de pessoas resilientes que vamos explorar mais adiante.

Os resilientes são capazes de transformar experiências negativas em aprendizado, enxergam oportunidades de mudança em seus problemas, e acabam se beneficiando delas, mesmo que outros aspectos possam ser prejudicados. A capacidade de resiliência é adquirida com a experiência.

Como ser mais resiliente no dia a dia?



A resiliência não deve ser encarada como uma característica exclusiva para situações estressantes. Deve ser entendida como uma forma de enxergar a vida.

Lidar com as situações cotidianas com mais otimismo, calma, paciência, é indispensável para que essa mudança de perspectiva seja real.

Confira a seguir dicas para estimular o desenvolvimento de características de pessoas resilientes:

  • viva com um propósito pessoal, não deixe a rotina ofuscar suas metas;
  • conheça seus pontos fortes e fracos, conte com suas forças para lidar com situações adversas;
  • tenha uma mente positiva, busque levar a vida com mais leveza e otimismo;
  • exercite a gratidão mesmo nas situações mais complicadas, lembre-se dos motivos que você tem para ser grato;
  • transforme erros em oportunidades de evolução, encare-os como uma experiência;
  • aceite a mudança, todos nós mudamos com o passar do tempo e é preciso se adaptar a isso para não se limitar;
  • aprenda mais sobre si próprio, procure conhecer as suas preferências, formas de relaxar, se animar, recarregar as energias;

Quais as principais características de pessoas altamente resilientes?



Agora que você sabe o que resiliência e como podemos incentivá-la no dia a dia, conheça as principais características de pessoa resilientes.

Otimismo


Uma das características de pessoas resilientes mais expressiva é o otimismo. Adotar um olhar mais positivo para as circunstâncias é característico.

Pessoas resilientes externalizam a culpa e internalizam o sucesso. Mesmo que enfrentem situações estressantes, elas são capazes de transformar infortúnios e desgraças em aprendizado, e se fortalecer.

Paciência


Outra característica de pessoas resilientes que deve ser considerada com atenção é a paciência. Em situações estressantes é fácil perder o controle e perder a compostura, não é mesmo?

Pessoas resilientes são capazes de manter a calma diante dessas adversidades. Por meio do autocontrole e do próprio otimismo, elas encaram a situação com tranquilidade e enxergam as situações com mais equilíbrio.

Autoestima


A autoestima é outro fator muito importante, pois é qualidade que permite respeitar a si e aos outros. Ao determinar o quanto você aprende quando algo dá errado, a autoestima permite que os resilientes aceitem críticas sem ressentimentos.

A mesma lógica funciona para situações de elogios e cumprimentos, os resilientes os aceitam sem se ensoberbecer ou tornar-se arrogante.

Adaptabilidade


Outra das características de pessoas resilientes que merece destaque é a capacidade de se adaptar, assimilar rapidamente experiências novas ou inesperadas.

Como aprendem com facilidade, os resilientes são capazes de agregar mudanças às suas vidas, usufruindo dos ensinamentos que cada situação lhes promoveu.

Calma


Assim como a paciência, a calma é outro fator diferencial de uma pessoa resiliente. Todos atravessamos momentos difíceis ao longo da vida e a postura que adotamos pode influenciar na percepção das situações.

Os resilientes são capazes de se manter centrados e tranquilos mesmo em situações caóticas, porque enxergam que, independentemente da experiência, as pessoas merecem respeito, ajuda, orientação, dentre outros.

Inteligência emocional


A capacidade de lidar com frustrações é uma das principais marcas de uma pessoa resiliente. Elas não lidam melhor com situações estressantes porque aceitam que tudo é positivo, mas porque entendem que na vida situações difíceis também vão acontecer. E se preparam para encará-las.

A inteligência emocional desenvolve a autoconsciência, por isso, pessoas resilientes  sabem entrar em contato com suas necessidades psicológicas/fisiológicas, da mesma forma que sabem daquilo que não precisam. Por isso, o controle postural e comportamental é mais fácil.

Empatia


A empatia é uma das características de pessoas resilientes mais transformadoras. Sendo capaz de se projetar na situação do outro, os resilientes lidam com a crise de forma mais respeitosa.

Eles lidam com os problemas, considerando as emoções do outro, compreendendo o cenário como um todo para agir adequadamente.

Porque ser resiliente no trabalho é importante?


No ambiente profissional, a resiliência é uma competência diferencial, afinal as organizações buscam profissionais capazes de enfrentar problemas sem crise, se relacionar bem, aprender com qualquer situação, praticar o otimismo, manter o equilíbrio, dentre outros.

A prática do autodesenvolvimento não é simples, já que qualquer mudança nos força a sair da zona de conforto. Por isso, é preciso estar ciente de que uma esforço genuíno será necessário para desenvolver essas qualidades.

Viu só? A resiliência é uma qualidade que pode ser desenvolvida, mas exigirá compromisso sério. Fortalecer essas características de pessoas resilientes é uma diferencial estratégico para a vida e para o mercado de trabalho, já que permite que a sua mentalidade diante qualquer situação seja a melhor possível. 

Gostou? Conta pra gente aqui nos comentários se a resiliência é uma realidade ou se precisa se ainda precisa ser desenvolvida na sua vida.



Gratidão!

domingo, 5 de setembro de 2021

O Santo Graal


Santo Graal 

Seria uma lenda ou um mito, o que poderia ser? Os escritores e historiadores se debatem em torno do assunto e não chegam a nenhuma conclusão lógica. O grande mitólogo Joseph Campbell escrevendo sobre o mesmo dizia:



“O rei que inicialmente cuidava do Graal era jovem adorável, mas por ser ainda muito jovem e cheio de anseios de vida, acabou por tomar atitudes que não se coadunavam com a posição de rei do Graal. Ele então abandonou o castelo bradando o grito de guerra “Amor”, o que é próprio da juventude, mas que não se coaduna com a condição de rei do Graal. Ele partiu do castelo e, quando cavalgava, um muçulmano, um não-cristão, surgiu da floresta. Ambos erguem as lanças e se atiram um contra o outro. A lança do rei mata o pagão, mas a lança do pagão castra o rei do Graal.”

“O que isso quer dizer é que a separação que os padres da Igreja fizeram entre matéria e espírito, entre o dinamismo da vida e o reino do espírito, entre a graça natural e a graça sobrenatural, na verdade, castrou a natureza”.


Podemos também interpretar como uma alusão a Sir Lancelot, cavaleiro do rei Arthur e pertencente a “Távola Redonda” que encontrou o Graal, no entanto não pode tocá-lo, pois sua pureza fora manchada pelo adultério (simbolizado pela castração pelo muçulmano) que cometera com a rainha Guinevére esposa do rei Arthur.


Por mais intensas e profundas que fossem as nossas pesquisas, nos encontramos em completa escuridão com um desconhecimento do que seria o verdadeiro Graal. Ninguém consegue informar ou explicar o significado real de todos os eventos estranhos nas histórias do Graal. A força duradoura e generalizada desse mito em particular é descrita por Malcolm
Godwin:


“A LENDA DO GRAAL, mais que qualquer outro mito ocidental, manteve a magia vital que a caracteriza como uma lenda viva capaz de emocionar a imaginação e o espírito. Nenhum outro mito é tão rico em simbolismo, tão diverso e muitas vezes de sentido tão contraditório. E em seu âmago existe um segredo que manteve o apelo místico do Graal durante os últimos novecentos anos, enquanto outros mitos e lendas caíram no olvido e foram esquecidos”.


A origem da palavra Graal não é muito precisa, mas geralmente se atribui a ela o sentido de ‘cálice’ – do latim gradalis. Ela nasceu na era medieval, junto com a literatura arturiana, que narra as aventuras do Rei Arthur e seus Cavaleiros da Távola Redonda. Mas a amplitude desta lenda é muito maior, não se restringindo apenas a esta. O Santo Graal é um dos mais antigos e enigmáticos mitos da humanidade. Sob uma análise superficial, é o cálice usado por Jesus Cristo no episódio da Última Ceia e que contém seu sangue, que havia sido recolhido no momento da crucificação.


O termo Graal, no francês arcaico, significa bandeja. Por outro lado, pode ter origem latina, no vocábulo Gradalis, que significa cálice. Já o termo Sangraal seria uma variação etimológica de Sangue Real.



Ele está presente nas Lendas Arturianas, sendo o objetivo da busca dos Cavaleiros da Távola Redonda, único objeto com capacidade para devolver a paz ao reino de Arthur. No entanto, em outra interpretação, ele designa a descendência de Jesus segundo a lenda, ligada à Dinastia Merovíngia. Nesta versão, o Santo Graal significaria Sangreal ou seja Sangue Real. Finalmente, também há uma interpretação em que ele é a representação do corpo de Maria Madalena, uma seguidora de Jesus.
A Igreja Católica não dá ao cálice mais do que um valor simbólico e acredita que o Graal não passa de literatura medieval, apesar de reconhecer que alguns personagens possam realmente haver existido. Nas representações de José de Arimatéia em vitrais de igrejas, ele aparece segurando não um cálice, mas dois frascos ou galheteiros".



Origens Celtas

A origem do mito pode ser analisada sob um ponto de vista pré-cristão. Sabe-se que entre os celtas, recipientes utilizados para armazenar alimentos, eram considerados objetos sagrados. Este conceito estende-se ao caldeirão mágico (representando o útero da Deusa) referencial de ritos pagãos, capaz de renovar e ressuscitar.

Portanto, partindo do princípio que os celtas instalaram-se em diversas regiões da Europa, inclusive onde atualmente é o Reino Unido, e as primeiras citações históricas do Graal referem-se às lendas arthurianas, que, por sua vez, surgiram nesta região, é possível que o mito do Cálice Sagrado tenha apenas se transportado através dos séculos e sido adaptado ao Graal; desta vez, através de uma releitura cristã. Porém, mesmo entre os celtas, já havia uma lenda semelhante de um valoroso líder que saía em busca de um caldeirão sagrado.



Origens Cristãs

Há, pelo menos, duas versões para justificar a origem e o desenvolvimento histórico do mito. Numa primeira análise, a lenda conta que José de Arimatéia recolheu no cálice utilizado na Última Ceia, o sangue de Jesus, no momento em que este era crucificado, após o último golpe de lança aplicado pelo soldado romano conhecido por Longinus.

José, que era membro do Sinédrio (tribunal judeu) e um homem de posses, solicitou ao imperador Poncio Pilatos o corpo de Cristo como uma "recompensa" por seus préstimos ao império. Pilatos atendeu ao pedido e José enterrou o corpo de Cristo em suas terras.
Após este fato, José de Arimatéia, que secretamente era seguidor de Cristo, teria sido feito prisioneiro pelos judeus por ocasião do sumiço do corpo de Cristo. José ficou muito tempo como prisioneiro numa cela sem janelas, alimentando-se apenas de uma hóstia diária, entregue por uma pomba que se materializava. Certa vez, o próprio Cristo surgiu diante de José entregou-lhe o Graal com a missão de protegê-lo.

Após conquistar a liberdade, utilizou-se de uma conhecida rota comercial e viajou para Inglaterra, levando consigo o Cálice Sagrado. Ao chegar, reuniu alguns discípulos de Cristo e fundou uma pequena Igreja, onde atualmente há as ruínas da Abadia de Glastonbury. Porém, não é possível afirmar onde o Graal teria sido ocultado a partir deste momento.

Após o Cálice Sagrado chegar em terras européias, através de José de Arimatéia, segue diversas rotas entre os alguns países deste continente e confunde-se entre a história e a literatura medieval.




Trajetória do Graal na História

A continuidade mais conhecida sobre o destino do Graal, atesta que este teria ficado sob a tutela dos Templários. Assim, os Cavaleiros teriam levado o cálice para a aldeia francesa de Rennes-Le-Château. Sob outra narrativa, o Graal teria sido levado para a cidade de Constantinopla e em seguida para Troyes, onde no período da Revolução Francesa (a partir de 1789), teria desaparecido misteriosamente.

Uma outra versão atesta que os cátaros, um grupo cristão que vivia isolado na fortaleza de Montsegur e pregava uma fé simples, oposta às imposições clericais, ocultavam uma relíquia religiosa de valor muito alto. Mas, em meados do século XIII, os cátaros foram vítimas de uma invasão de cruzados ordenada pelo Papa. Mais de duzentos membros da doutrina foram queimados sob a acusação de heresia e a misteriosa relíquia desapareceu durante a investida dos soldados. Mas não há nenhuma evidência confiável indicando que fosse o Graal.

Neste mesmo período, surgem boatos de que os cruzados que regressavam de Jerusalém traziam consigo uma âmbula contendo o sangue de Cristo; contradizendo e confundindo ainda mais a rota histórica do Santo Graal.

Entretanto, através de estudos arqueológicos e investigações profundas, tomando como base também os primeiros registros literários, foi possível traçar uma linha mais próxima da realidade sobre a trajetória do Graal na Europa e na história.

Inicialmente, nos primeiros três séculos após chegar em solo europeu, o cálice teria ficado na Itália. Por volta do século III, o monge São Lourenço o levou para a região dos Pirineus Orientais, na Espanha. Noutra versão, seria um ermitão de nome Juan de Atares.

Ainda, seguindo a rota sugerida nas obras literárias medievais, principalmente em Parzifal (Wolfram von Eschenbach), o cálice teria sido ocultado no monastério de San Juan de La Penha, na cadeia montanhosa dos Pirineus. Neste ponto há uma conexão real entre a obra de Eschenbach e o relato histórico do monge São Lourenço que conduziu o cálice até os Pirineus.

Ainda tomando por base a obra Parzifal, porém, havendo neste ponto um "vácuo histórico", o Santo Graal passa por Zaragoza e surge, desta vez, na Catedral de Valência, na qual há uma pequena capela, construída no século XIV, conhecida como Capela do Santo Cálice. Neste local, aos olhos dos visitantes mas protegido por um sacrário à prova de balas, encontra-se um cálice ostentado há mais de seiscentos anos como o legítimo Santo Graal.

As evidências científicas atestam que esta relíquia foi produzida entre a segunda metade do primeiro século antes de Cristo e a primeira metade do primeiro século da era Cristã. Ainda, esta peça foi produzida em ágata roxa na região de Alexandria ou Antioquia; mas, posteriormente, já na Espanha, no século XIII, recebeu adornos de ouro e de pedras preciosas como esmeraldas e rubis, tendo o conjunto uma altura de aproximadamente 17 centímetros.

Portanto, é cientificamente comprovado que o Cálice da Catedral de Valência foi produzido no período e região correspondente à versão cristã do Santo Graal. Mas a Igreja não o aceita como uma relíquia religiosa e também não é possível atestar que seja este o cálice que comportou o sangue de Cristo.


Literatura e Simbolismo

Entre tantos aspectos simbólicos atribuídos ao Graal, muitos nasceram na interpretação dos artistas que, ao longo dos séculos, recondicionaram a lenda de diversas formas, principalmente na literatura medieval.

Por volta do ano 1190, o romance de Chrétien de Troyes intitulado Le Conte du Graal, narra a busca pelo cálice. Trata-se de um poema inacabado contendo nove mil versos que abordam a busca pelo Santo Graal. Interessante é que o lendário Rei Arthur não participa diretamente da epopéia, que finaliza sem que o objeto almejado seja encontrado. Esta obra foi o ponto de partida para as obras futuras abordando o tema.

Entre 1200 e 1210, o francês Robert de Boron, publicou Roman de L'Estoire du Graal; o que popularizou ainda mais o tema e inseriu os elementos históricos não muito diferentes dos que são conhecidos atualmente.

Outra obra de Boron, Joseph d'Arimathie, traça conexões simbólicas interessantes ao citar que José de Arimatéia foi ferido na coxa por uma lança. Em outra versão, o ferimento é nos órgãos genitais. Percebe-se, portanto, uma associação entre a lança, arma utilizada pelos soldados romanos, e a espada, principal arma e uma das maiores referências das lendas arthurianas (como a mítica Excalibur). Assim, o ferimento nos genitais sofrido por José em virtude de sua quebra do voto de castidade, associa-se à traição de Lancelot, um dos componentes da Távola Redonda e homem de confiança de Arthur, que tornou-se amante de Guinevere, esposa do Rei.

Nesta mesma época, a obra Parzifal do autor alemão Wolfram von Eschenbach associa o Graal a uma esmeralda também chamada Exillis, Lapis exillis ou Lapis ex coelis (pedra caída do céu). Esta esmeralda seria parte do terceiro olho de Lúcifer, que se partiu quando o anjo se rebelou contra o Reino Divino. Uma das partes desta esmeralda teria sido entregue aos templários para que ficasse protegida de intenções malignas. Deste modo, pode-se entender também que a esmeralda (que neste caso é o Santo Graal) faz alusão à mítica Pedra Filosofal dos alquimistas.

Ainda, seja sob a ótica cristã ou pagã, muitos dos aspectos do Graal estão relacionados com a busca da perfeição. Por exemplo, quando Arthur e os cavaleiros partem em busca do Cálice Sagrado que poderia evitar a queda de seu reinado, estão buscando virtudes como nobreza e justiça.

Arthur e a Távola Redonda podem ser, respectivamente, associados a Jesus e seus apóstolos. Judas Iscariotes é o seguidor que traiu seu líder (Jesus Cristo) assim como Lancelot traiu Arthur ao se envolver com Guinevere. A lança que fere Cristo pode ser interpretada como o elemento masculino; o cálice como o útero feminino. Portanto, há o simbolismo do sangue nobre (de Jesus Cristo) fecundando o "útero mágico" representado pelo Graal.

Através de uma análise histórica, o Graal pode ser compreendido como a motivação que os cruzados encontraram após a decepção das mal sucedidas batalhas na Terra Santa. Neste caso, o Graal representa um novo ideal de vida aos que foram derrotados pelos "infiéis".

Sob um ponto de vista mais amplo, o Santo Graal, Rei Arthur e a lendária Excalibur são arquétipos distintos que traçam um mesmo conceito: o Rei (líder) virtuoso que, por seus méritos, conquista uma poderosa espada e torna-se invencível, partindo em busca de um objeto mágico capaz de restabelecer a ordem, a paz e a prosperidade em seu reino.

De qualquer forma, na condição de uma relíquia histórica da cristandade ocidental, não é possível avaliar o Santo Graal encontrado atualmente em Valência ou o Santo Graal metafórico do imaginário medieval; pois ambos têm valores distintos e igualmente incalculáveis. O Santo Graal é uma referência secular de valores humanos perdidos que, simbolicamente, serão resgatados por um profeta, um valente guerreiro, um líder de uma nação ou simplesmente por quem se revelar digno de portá-lo.


Entretanto existem evidências da existência do Santo Graal antes mesmo do cristianismo , e ainda afirma que apesar das diferentes referências cristãs, a própria Igreja Católica nunca levou a sério esta lenda. BEHREND (2007) apresenta a origem da lenda celta é de um século antes de Cristo. Os celtas eram guerreiros impiedosos, tanto as mulheres como os homens e costumavam decapitar os mortos, pois assim acreditavam que eles não poderiam ressuscitar. Este ato impiedoso se fundamenta na lenda de um caldeirão mágico onde pessoas mergulhadas nele voltavam a vida. Arqueólogos encontram um túmulo de um príncipe com um enorme caldeirão (grande o suficiente para uma pessoa caber dentro), com figuras de homens que eram mergulhados no caldeirão e voltavam a vida.

Na literatura medieval, a procura do Graal representava a tentativa por parte do cavaleiro de alcançar a perfeição. Em torno dele criou-se um complexo conjunto de histórias relacionadas com o reinado de Artur na Inglaterra, e da busca que os Cavaleiros da Távola Redonda fizeram para obtê-lo e devolver a paz ao reino. Nas histórias misturam-se elementos cristãos e pagãos relacionados com a cultura celta.



A presença do Graal na Inglaterra é justificada por ter sido José de Arimatéia o fundador da Igreja Inglesa, para onde foi ao sair da Palestina.

Segundo uma das versões da lenda, os Templários teriam levado o cálice para a aldeia francesa de Rennes-Le-Château. Em outra versão, o cálice teria sido levado de Constantinopla para Troyes, na França, onde ele desapareceu durante a Revolução Francesa.

Em um país de maioria católica como o Brasil, a figura do Graal é tida, comumente, como a da taça que serviu Jesus durante a Última Ceia.

A Igreja Católica não dá ao cálice mais do que um valor simbólico e acredita que o Graal não passa de literatura medieval, apesar de reconhecer que alguns personagens possam realmente haver existido. Nas representações de José de Arimatéia em vitrais de igrejas, ele aparece segurando não um cálice, mas dois frascos ou galheteiros".

Alguns tomam o cálice de ágata que está na Catedral de Valência, na Espanha, como aquele que teria servido Cristo na Última Ceia. É por isso um importante centro de peregrinação.



O conto medieval de Artur e seus cavaleiros está cheio de temas cristãos; estes temas envolvem a destruição dos planos humanos de virtude pelas falhas morais de seus personagens, e a busca de uma importante relíquia cristã. Finalmente, o relacionamento entre os personagens convidavam ao tratamento na tradição do amor cortês, tais como Lancelot e Guinevere ou Tristão e Isolda. Em anos mais recentes, a tendência tem sido vincular os contos do Rei Artur e seus cavaleiros com a mitologia céltica, geralmente em versões reconstruídas altamente romantizadas, do início do século XX.

Os celtas se referiam ao Graal como um caldeirão e a lenda em torno de um cálice sagrado pode ter relação com a importância que os celtas davam ao caldeirão, onde os druidas preparavam suas poções mágicas.

Segundo alguns escritores a távola redonda foi construída por um carpinteiro, este era o pai de Guinevere. A távola foi presente do carpinteiro a Arthur em forma de dote quando este se casou com Guinevere, e foi Merlin quem escolheu os cavaleiros para que se sentassem a ela, e então, predisse a busca do Santo Graal.

O Graal representa o enigma mais profundo da tradição arturiana. A sua Demanda não tem fim, é eterna. Oferece unidade no meio da fragmentação, unindo numa confraria todos os que caminham pelos trilhos do coração, na sua senda. É um portal entre os mundos e uma ponte para o Divino.

O Graal é apontado como a fonte da cura para todos os males do mundo. Ao encontrá-lo, virá a libertação total do Amor, que poderá mudar o mundo para sempre - talvez até trazer o fim dos tempos e passagem da humanidade para um outro plano...

aspecto mais importante a ser acrescentado à história do Graal foi a sua associação à Eucaristia Cristã. Isto influenciou todas as versões posteriores da lenda. O Graal passou a ser visto como um símbolo do sacrifício de Cristo, tornando-se "no corpo de Nosso Senhor". É este elemento único da Eucaristia, a comunhão com Deus, que torna o Graal diferente de qualquer outro objeto sagrado. O Graal conteve o sangue derramado por Cristo na Cruz.


De qualquer modo, cristão ou pagão, o Graal simplesmente é. Símbolo universal, tem uma dimensão de mistério, mas também de sacrifício, de altruísmo e de busca do absoluto, quer lhe chamemos Deus ou Deusa, Centelha Divina, ou um outro qualquer termo abstrato.

Nos antigos ensinamentos dos mistérios helénicos é referida a Taça (Crater) onde os deuses misturaram a essência de toda a criação. Os Sufis viam-na como a Taça de Jamshid, de onde brotava a inspiração divina e todo o conhecimento. Concepções semelhantes são encontradas na Índia, no Japão, na Rússia e nos povos Celtas.



O Graal, ou Sangreal, apareceu aos cavaleiros da Távola Redonda emanando uma luz fulgurante na qual se viram uns aos outros com maior ponderação e generosidade do que antes. A visão calou-os, tal como os guerreiros celtas que emergiam do Caldeirão do Renascimento, vivos mas mudos. O Graal em si, envolto em samito branco, tinha a forma de um cálice da Eucaristia, recordando a taça da Última Ceia. O cálice imbuiu o salão de doces aromas, e os cavaleiros comeram e beberam como nunca, o que lembra os antigos Caldeirões da Abundância celtas. (Iluminura, c. 1400)



Entre o outeiro e a Abadia, existe o cálice sagrado "Chalice Hill". A lenda conta como o poço foi construído com grandes pedras pelos druidas e como o cálice da última ceia foi posteriormente arremessado as suas águas cor de sangue.

Nas histórias do Rei Arthur, o Graal reveste-se de um virtual poder curador, pois o herói, ferido, envia seus Cavaleiros em busca da taça sagrada. Segundo o rei, só ela poderia salvar sua vida e a do reino, envolto em sombras. Geralmente se atribui a procura deste cálice à tentativa de conquistar a perfeição.




Quando se reuniram pela primeira vez ante a mesa e se dispunham a sentar, um grande relâmpago seguido por um forte trovão surpreendeu a todos. Merlin, que estava no salão da mesa redonda, disse em tom muito solene: "Cavaleiros é o momento para que cada um renda homenagem ao rei". Um a um foram passando diante de Artur fazendo-lhe uma reverencia como ato de submissão, fidelidade e respeito. A medida que iam passando, o nome de cada cavaleiro aparecia gravado em ouro em uma das cadeiras. Uma vez sentado em seus respectivos postos, deram-se conta que sobravam três. Logo Merlin explicou: "Dois destes três postos serão para os melhores cavaleiros de cada ano, e a outra será apenas para o homem mais digno do mundo. Se alguém não reúne méritos para sentar nesta cadeira e ousar sentar, morrerá no ato". Foi assim que vários cavaleiros tiveram o direito de sentar nos dois postos de honra, porém nenhum se atrevia a sentar no lugar proibido. Nem mesmo Lancelot, que era o considerado mais valente e digno de todos os cavaleiros, ousava pensar sequer na possibilidade de sentar ali.


Anos depois se apresentou no palácio um grande sábio. Artur o fez entrar. O ancião ao ver o posto vazio chamado "O posto perigoso", disse: "O espirito de Merlin me visitou e me disse que em esse assento se fará de sentar o cavaleiro mais digno e mais puro do reino, aquele que conseguirá trazer o Santo Graal. Este cavaleiro ainda não nasceu". Todos os que estavam reunidos se surpreenderam com a revelação e Artur se surpreendeu mais porquanto sequer sabia da morte do mago.



O Santo Graal era o cálice onde José de Arimatéia havia depositado o sangue de Cristo. Supunha-se ter propriedades mágicas e que o ser que conseguisse vê-lo seria testemunha de uma experiência transcendental, espiritualmente falando. Aconteceu um dia (20 anos após se haver formado a Ordem da mesa redonda) apresentou-se no palácio Elaine, filha do Cavaleiro Pelle, com o filho que lhe havia dado Lancelot. Ao apresentar-se a criança no salão, a cadeira proibida foi objeto de um milagre: no espaldar apareceu gravado em letras de ouro "Este assento há de ser Ocupado". Sir Lancelot viu a mensagem e supôs que Galahad, seu filho, era o melhor candidato a sentar ali. Tempo depois, Galahad pediu a seu pai permissão para formar parte da Ordem, Lancelot concordou. Quando Sir Galahad cumpriu 15 anos entrou no salão da grande mesa acompanhado de um ancião. O ancião lhe apontou o assento proibido e todos os cavaleiros observaram como se formou magicamente o nome de Galahad no espaldar da cadeira. Sir Galahad sentou-se e todos ficaram abismados, rendendo honras ao digno cavaleiro. Neste mesmo dia, mais tarde, havia aparecido no lago uma pedra com uma espada cravada. O rei Artur instou Lancelot e Gawain para que tentassem sacar a espada, porém foi Sir Galahad foi quem pôde tirá-la sem a menor dificuldade. Esta espada havia pertencido a um grande cavaleiro chamado Balin.


O Graal é, literariamente, o símbolo antigo do feminino, e o Santo Graal representa a divindade feminina e a Deusa, que por suposto se tinha perdido, suprimida de raiz pela Igreja.
O poder da mulher e a sua capacidade para engendrar vida foram noutro tempo algo de muito sagrado, mas representava uma ameaça para a Ascensão da Igreja predominantemente masculina e por essa razão a divindade feminina começou a ser demonizada pela Igreja que considerava a mulher impura.
Foi o homem, e não Deus, quem criou o conceito de pecado original, pelo qual dizia a Eva comeu a maçã e provocara a queda da humanidade. A mulher antes sagrada e a que engendrava a vida converteu-se na inimiga.


Em conclusão, o ciclo arturiano com sua maravilhosa Demanda do Santo Graal é a confirmação de um longo itinerário poético e espiritual. O esoterismo do Graal é inegável, e se revela nessa transmutação de uma fábula predestinada num símbolo cristão. Teológica e mística, esse tributo medieval é rico em ensinamentos e nunca morrerá, pois sempre surgirão dele novas interpretações.

As Sacerdotisas


"A Deusa diz: “Viva com amor, felicidade, paz e riqueza, respeitando e honrando as forças da vida existentes no seu interior, em todos e em tudo ao seu redor."

Uma Sacerdotisa, precisa saber que quando ela passa por um algum momento na sua vida espiritual que a leve a ter um sofrimento é porque não está consciente de seu papel. Sabe-se que uma Sacerdotisa, precisa retomar o poder da Grande Mãe, a glória da grande provedora da vida. Saiba que a Grande Mãe foi fecundada pelo Grande Espírito do Universo e que de tamanho Amor brotamos nós por aqui. Saiba também que perdemos nosso poder, porque ao longo das eras esquecemos a sacralidade de nossa existência ao nos identificarmos com a obra. O Grande Espírito que ama infinitamente a manifestação, está disponibilizando ajuda em forma de Luz de consciência – é hora de despertar


Todos sabiam disso em tempos pretéritos, agora irão resgatar a ancestralidade. As Sacerdotisas , trarão o feminino sagrado de volta, resgatarão cada homem, filhos do Grande Espírito que trazem em si , a força e o instinto do preservador da vida. O homem de hoje está confuso, o sistema atual alimenta-se desta confusão e vos tira o prazer de viver. Rouba-lhes a Paz de simplesmente ser!

Sacerdotisa. Você conhece essa expressão, não? Já ouviu falar dela alguma vez, até encontrou mulheres que se dizem sacerdotisas, que cultuam a Lua, que fazem magias ou orações em nome de alguma deusa ou deus? Ou que simplesmente acreditam que estão aspirando por um ideal elevado, e simpatizam com essa ideia. Ou que isso é um “privilégio” de poucas, de mulheres “elevadas”, que vieram com uma missão “especial”.



Ser Sacerdotisa está longe de alimentar vaidades, luxúrias, elogios, belezas malignas, fabricadas de “divas”, buscar por falsos poderes, aprisionar elementais, fazer rituais mágicos com os 4 elementos ou qualquer que seja a prática que envolva as forças da natureza sem a orientação da Mãe. Pois ser sacerdotisa não é engordar “ego místico”.

Alta sacerdotisa é no entendimento da Wicca geralmente uma mulher que já alcançou o terceiro grau dentro de um coven. Em muitos covens, a Alta Sacerdotisa é a autoridade mais importante lá dentro, onde é dito que sua palavra é lei.

Alta Sacerdotisa treina outros praticantes dedicados ao Coven.
Serve como conselheira e mediadora com outros membros e representa a Deusa nos rituais.

Quem é esta dama silenciosa, que desliza por sobre o mármore com seus pés alvos e pequenos? Quem é este ser que se confunde com as brumas e, desfazendo-se, deixa somente um perfume de incenso no ar? É a mulher em alma e presença, que mesmo sem ser totalmente e humana fêmea, ainda assim emite o tom exato do feminino em tudo que toca.



A Sacerdotisa sempre aparece assim: suavemente... com um poder contido, controlado e direcionado, com absurda disciplina, como uma bailarina dançando em um palco silencioso. Ela nos abre os portais e permite um caminhar sereno ao impossível. É ela a primeira a nos dar a mão, a levar o dedo aos lábios num pedido de silêncio, a deixar que deitemos a cabeça em seu colo para sonhar e a mostrar que nem só do que é visível o mundo é feito.

De todos os muitos e lindos aspectos da sacerdotisa, o que mais gosto é o papel de intermediária entre os mundos superior e inferior, dos vivos e dos mortos, do visível e do invisível. Ela é Perséfone que alterna seus dias ao lado do amado Hades, deus dos Mundos Inferiores, e da mãe Ceres, que garante a fértil colheita na superfície do planeta.

A Sacerdotisa é a representante da clarividência, das forças ocultas e inconscientes. Atua como a curandeira e a rezadeira que ajuda a vizinhança, bem como exerce seu papel iniciático no sacerdócio. Seus dons místicos tanto podem ser usados para feitiços sedutores, de caráter vingativo e maldoso, como para fins de caráter elevado como, por exemplo, os Esbat’s Wiccanos. Remete às bruxas da Idade Média, mulheres com algumas “qualidades sensíveis”, caçadas e acusadas de satanismo.

As, Sacerdotisas , sabem que não há uma verdade absoluta. Compreendemos que o Universo é uma balança perfeita: assim tudo tem um oposto.

As, Sacerdotisas sabem que para qualquer ação existe uma reação. (A Lei Tríplice).

As, Sacerdotisas , sabem que somos todas Uma só, e estamos todas ligadas.

As, Sacerdotisas , sabem que o ultimo ato espiritual é o ato de criação positiva graças ao Amor.

As, Sacerdotisas, sabem que a energia, gerada graças aos trabalhos e rituais, manifesta-se como uma vaga circular de energia positiva.



As, Sacerdotisas , sabem que não devemos nunca fechar nosso espírito ao saber.

As, Sacerdotisas , sabem que o circulo mágico é uma representação psíquica e não física de um templo no plano terrestre.

As, Sacerdotisas , sabem que utilizamos as energias que nos rodeiam para ajudar a humanidade na sua evolução.

As, Sacerdotisas , sabem usar o senso comum e não dividimos nossos segredos com os idiotas.


Uma Sacerdotisa que quebre deliberadamente estas regras ou que ignore os seus saberes, perderá os seus poderes.



Por muitos nomes fomos chamadas durante nossa existência. Nós vertemos nosso sangue em direção à Terra que nos alimenta e sustenta, fluímos em nossos mares internos. Fomos forjadas no fogo da transformação eterna e sopradas por todo o Universo para cumprir nossa missão. Manter viva a lembrança da Deusa, a própria Terra, nossa casa.


Cada uma de nós teve seu caminho profundamente delimitado. E assim como são as flores das mais diversas cores nossa Mãe manifestou-se em suas mais diversas faces, cada uma de nós, suas sacerdotisas, representantes de seus multi olhares. Mas todas nós estávamos condenadas, docemente condenadas, a servi-La da forma mais correta possível. Caminhamos entre toda a Criação, conscientes de nossas certezas. Vivas porém sempre mortas.



Sobre o olhar da Lua aprendemos a ser fortes como a Donzela, amáveis como a Mãe e sábias como a Anciã. E de suas uniões nos tornamos as Virgens Negras, também explosivas, guerreiras e ceifadoras. Aquelas de nós, mais antigas, tornaram-se professoras e mestras, e como Deusas vivas aceitaram o destino de estarem sós ainda que rodeadas de pessoas. Elas foram Isarma, Adsartha, Caillean, Dierna, Morgana e Viviane.

A Sacerdotisa dedica a sua vida ao culto da Grande Mãe. Era a moradia onde o conhecimento das Leis Sagradas e a Sabedoria dos Antigos Mistérios eram transmitidas diretamente entre mestres e discípulos.
Ferramentas poderosas das Antigas curandeiras e feiticeiras aperfeiçoavam os corpos mais sutis (corpo energético) das Sacerdotisas com a alquimia dos elementos e propiciavam um profundo conhecimento da magia e de sua arte intimamente conectada a natureza. Talentos e dons como a massagem, a aromaterapia, a dança, a arte, ciências, filosofia e religião eram cultivadas e praticadas no Mistério possibilitando a essas Sacerdotisas alcançar o ponto mais culminante e do êxtase na relação entre homem e mulher.

Tal como doutrina foi estabelecida, do passado; pois tão-somente assim é possível haver comunhão entre homens e Deuses; e entre Deusas e homens; visto que nem podem os Deuses, assim como as próprias Deusas, estender seu auxílio aos homens, sem a mesma ajuda destes.

Sempre haverá uma Sacerdotisa, a qual regerá o círculo dos adeptos, como elo de ligação dos Deuses, assim como das Deusas.

A Sacerdotisa deve ter em espírito que todos os seus poderes emanam dos Deuses, e das Deusas também.

Os poderes lhe são cedidos tão-somente , para que deles usem; com sabedoria e bom-senso.

Portanto, sempre que esta Sacerdotisa vier a ser julgada pelo Conselho dos que são adeptos, a ela caberá aceitar a renuncia o poder -de boa vontade - em favor de uma mulher que seja mais jovem.


Porque uma Sacerdotisa, quando legítima, há de reconhecer que uma de suas virtudes mais sublimes é ceder a honra de sua posição, em gesto de boa vontade, para aquela outra mulher que deve sucedê-la.


Por compensação de seu ato, ela voltará a esta posição de Suma Sacerdotisa numa vida futura, com poder e suprema beleza, sempre aumentados, pois assim é a prescrição da Lei.

Nos tempos antigos, quando a Lei entre os adeptos se estendia aos longes, vivíam em gozo de liberdade; e nos cultos e ritos tinham por local os mais nobres dos templos.

Mas correm agora dias infelizes, em que precisamos celebrar em secreto os nossos sagrados e santos mistérios.

E hoje que ninguém que não seja adepto possa estar presente a estes nossos mistérios; porque muitos são aqueles que não nos tem afeto; e a língua do homem na tortura se desata.

Não se estabelecerá relação entre um e outro círculo de adeptos; salvo por mediação daquele que faz a anunciação dos Deuses, ou leva a palavra das convocações dos círculos.


Cada Sacerdotisa preside sobre seu próprio Círculo, distribuindo AMOR e justiça, com ajuda dos mais antigos, dando ouvido em constantes ocasiões, ao que traz a mensagem das DEUSAS , nas anunciações que ocorrerem.

Cada mulher, cada Sacerdotisa, cada homem um bravo filho da Grande Mãe na manifestação do infinito Amor do Grande Espírito.

"Abençoados sejam aqueles que se reúnem para celebrar a vida! minha lei é o amor, a liberdade meu escudo!!!!" (Benção da Deusa)