Texto muito atual e verossímil. Condizente com a realidade do momento atual transicional da Terra, onde tantos seres de grande evolução estão sendo revelados em sua essência.
Já falamos aqui neste blog de Anjos Encarnados, mas será que Deuses, Divindades Mitológicas poderiam encarnar? Vamos descobrir?
Instituições Vivas.
18 de fevereiro de 2004 | Espírito Temístocles, Mensagens inesquecíveis
Benjamin Teixeira pelo espírito Temístocles.
Eles são poderosos e hipnóticos. Seu olhar pode ser assustador e encantador ao mesmo tempo. Carismáticos, fascinantes, envolventes, influentes, cheios de vida, alma e significado. Com inteligência visivelmente acima da média, costumam apresentar várias habilidades incomuns; e portam sentimentos e emoções em ebulição, qual se fossem um vulcão em perene erupção. Na verdade, constituem uma categoria mais complexa, avançada e desenvolvida de seres humanos, assim como temos, dentro do estudo dos insetos sociais, na entomologia, a classe das formigas e a da formiga-rainha, ou a classe da abelha-operária e a da abelha-rainha. Mais sofisticados e intrincados, são capazes de abarcar, em si, funções existenciais e vetores mentais que enlouqueceriam ou levariam à morte prematura criaturas normais. Com um poder psíquico fora do comum, assimilam a alma coletiva e a representam, solapando seus traços egóicos, em função dos interesses coletivos. De uma perspectiva de psicologia arquetípica e numa análise mitológica-simbólica, seriam eles deuses encarnados ou por eles se manifestariam as vozes dos deuses, enquanto os demais seriam meros mortais.
Grandes líderes da humanidade sempre foram figuras dessa natureza. Não tinham sempre consciência de serem quem eram. Por isso, acabaram por, paradoxalmente (eis o seu lado sombrio) arrasar pessoas em torno de si, involuntariamente, a ponto de o especialista em inteligência humana Howard Gardner dizer que os gênios têm a curiosa tendência de devorar vidas em torno de si, embora não-intencionalmente. Completamente voltados para a realização de uma tarefa gigantesca que os possui, com um senso de propósito extraordinário, acabam se fazendo vórtices de energia, todas as forças polarizando em função de uma grande meta ou um grande ideal. E as vidas humanas em torno deles costumam ser consumidas quais mariposas atraídas pelo calor da luz.
Vamos, todavia, tomar o caso ideal: aqueles que representam conscientemente seu papel de instituição viva, fazendo-se fonte de progresso coletivo, como verdadeiro dínamo evolutivo de grupos inteiros.
Privar de seu contato é empolgante: tudo é diferente neles, e tudo fica diferente sob a ótica e influência deles. Personalidades totalmente fora dos padrões habituais, não se encaixam em nenhum esquema ou modelo pré-formulado. Assim, funcionam como uma lenda ou um mito vivos, mas, simultânea e paradoxalmente, constituem um paradigma novo, e, portanto, não correspondem a nada que tenha existido antes deles. Qualquer assunto, visto por seus olhos, adquire significado e propósito diferentes, cor e sentido diversos do habitual. A filosofia, a ciência e até a moral tomam feições novas sob sua ascendência, e as pessoas sentem uma inclinação irresistível a atender-lhes as conclamações, como se fossem, de fato, as vespas no vespeiro, ou os cupins sob influência do cupim-mãe. Funcionam como cérebros para o corpo coletivo e, como se estivessem tratando com partes de seus corpos, aqueles que se congregam em torno deles tendem a obedecer-lhes cegamente aos comandos, com prazer e entusiasmo, sentindo – e estão certos – a honra de participar e viver Algo Maior, de poder servir ao canal do Mais Alto, para o progresso coletivo.
Não se casam. Ninguém suportaria viver uma relação conjugal com eles. São figuras poderosas demais para caberem numa relação íntima. Seu cônjuge, o mundo; sua família, a humanidade; seu pacto de compromisso e fidelidade é com grupos inteiros, como a figura de uma anciã ou ancião sábios, que, como arquétipos do viúvo ou da viúva integrados, dispensam figuras complementares para que sejam plenos como são e, assim, tornam-se inspiração, liderança e força para toda a comunidade. Irradiam fulgurante e poderosa androginia de si, pelo poder de autossuficiência e completude que enfeixam, como se fossem uma excepcional criatura feminina, com criatividade, intuição, doçura e acolhimento singulares, e, paralelamente, fabulosa personalidade masculina, com objetividade, racionalidade, praticidade e coragem ímpares. São protótipos de anjo, se é que assim podemos nos exprimir, nessa completude das polaridades psicossexuais. Por isso, encaixam-se a todos os psico-tipos emocionais, nutrindo a todos, conforme suas necessidades particulares, doando forças masculinas aos femininos, e femininas aos masculinos.
Não visam a dinheiro, nem poder, nem prestígio, nem nenhum interesse pessoal, tais como posses, viagens ou outros caprichos normais em pessoas comuns. Tudo, para eles, gravita em torno de seu grande objetivo, funcionando como impressionantes lasers psíquicos, focando não só suas forças, mas concentrando as energias de conjuntos inteiros de indivíduos num ideal pré-determinado ou numa meta específica muito bem tracejada.
São complexíssimos e sempre confundem e deixam perplexas as pessoas que com eles convivem, não raro frustrando-as e decepcionando-as. Vivendo um vetor mental semidivino, numa esfera humana de consciência, trazem um conjunto de conflitos e turbilhões psicológicos incompreensíveis ao vulgo, vivendo, com homeostase psíquica inacessível ao observador menos treinado, em meio a diversos padrões arquetípicos aparentemente contraditórios. Em vez de desempenharem apenas um ou dois papéis psicológicos nas relações interpessoais, como sói acontecer a pessoas comuns, uma gama estonteante de figuras míticas e psicológicas fazem rodízio em seu comportamento e se mesclam em cambiantes de ofuscar as mentes mais praticadas em psicologia. Podem, assim, aparentar enorme orgulho e humildade, agressividade e ternura, poder e vulnerabilidade, não só em momentos subsequentes, como a um só tempo. Não só os pares de opostos se contrapõem, numa ciranda atordoante para expectadores externos, mas também as combinações intrincadíssimas entre eles fazem com que a figura da “instituição viva” pareça, realmente, mais uma coletividade que um indivíduo, num apanhado mental de que a síndrome de múltipla personalidade é um pálido símbolo, já que são personalidades extremamente sólidas e integradas, apesar de sua multiplicidade de formas de ser, de sua polifacética forma de se exprimir e ser. Por isso, compreendem com mais facilidade todos os dramas de seus liderados, bem como encontram encaixes psicológicos em si, para toda ordem de pupilo que esteja sob sua responsabilidade.
Não temem se desapegar de ninguém, nem desiludir quem quer que seja. E, como são intensíssimos, profundos e complexos, enorme é a volatilidade da grande maioria de suas relações, já que raríssimos aguentam o ritmo e a intensidade das experiências e vivências perto deles. Portanto, é comum amigos, colegas e parceiros de trabalho e ideal serem substituídos com enorme frequência e velocidade, o que não deixa de ser positivo, em muitos aspectos, não só porque mais pessoas usufruem de um contato próximo com a “instituição viva”, como os processos coletivos que se dão por meio deles podem ser mais facilmente viabilizados, com permuta rápida de elementos, quando componentes antigos não se prestem a novas exigências (frequentes e graves) que aparecem, no contínuo processo criativo, em torno e através de seus passos.
O poder de Deus está com eles, para que realizem, sem impedimentos inamovíveis, as obras de progresso coletivo que lhe foram confiadas. Não poderia ser de outra forma, ou as adversidades não pequenas dos interesses, instituições e segmentos sociais imensos contrariados por seu trabalho solapá-los-iam, ao primeiro sinal de renovação que eles ousassem tentar empreender nos tecidos sociais. Foi por isso que Jesus disse, fazendo alusão a essa estirpe de criaturas humanas: “O que ligardes na Terra, Eu ligarei no Céu; o que desligardes na Terra, eu desligarei no Céu.” Eis porque, irados, são perigosos, como os profetas bíblicos, a gerarem pragas por onde passam, pelo enorme potencial de forças que sempre estão à sua disposição, consciente ou inconscientemente. E, tocados de amor e sentimentos sublimes, assemelham-se a anjos ou avatares, espalhando bênção e abundância por onde passam, lembrando a figura mitológica das “fadas madrinhas”, com um condão miraculoso, a realizar os sonhos dos que se lhes aproximam.
Eles, pela grande diferença de poder e de influência, em comparação com a média terrícola, melhor seriam chamados de Forças da Natureza que de seres humanos. Por isso, quando chegam num ambiente, parecem ocupar todo o espaço ou a maior parte dele, como um grande vórtice de energia e consciência. São seres infinitamente mais velhos que aqueles com quem são dados a conviver, muito embora, em muitos momentos, pareçam tão singelos e ingênuos como crianças, quando vestem um de seus sub-papéis ou subpersonalidades mais vulneráveis, já que nunca têm preocupação em mostrar seus lados fracos, fortes como são, diferentemente do normal dos mortais, que ocultam, a sete chaves, todas as suas reais ou imaginárias susceptibilidades.
De perto ou à distância, você pode conhecer algumas poucas dessas figuras imponentes e majestáticas, não na postura ou no palavreado propriamente, mas na energia e aura impressionante de poder e encanto, realização e paz que delas emanam, irresistíveis. Não precisa temer tais personalidades solares: são abelhas-mães. Embora a abelha-mãe seja chamada normalmente de abelha-rainha, ela é sempre a mãe nutriz e diretriz do grupo. Assim, se privar contato com uma delas, afague seu ventre doído de ovos, como a mãe-cupim, sempre prenhe e parindo rebentos, massageada por enormes legiões de cupins-operárias, para que possa cumprir sua tarefa de procriar a comunidade inteira, sozinha. Nunca terá noção da dor e da angústia de ser um vértice da produção, criação, transformação, integração e síntese coletivas. Assim, seja compreensivo com essas figuras insólitas e necessárias ao progresso geral, e, por fim, preste auxílio e socorro, quanto puder, pelo seu próprio bem, que elas representam.
Por fim, cuidado para, por desejos do ego, não se sentir ou assumir ou desejar ou tentar adotar a posição de uma instituição viva, porque, cedo ou tarde, sua condição egóica será traída, e você será destruído e arruinado, fragorosamente, assim como um fio de estreito calibre é fulminado por uma corrente de alta voltagem, que não consegue suportar. Se você é motivado por poder, dinheiro, sexo ou prestígio, ou mesmo pelo ideal de família e felicidade pessoal, como o carro-chefe de suas motivações, por favor, mantenha-se longe de quaisquer funções das abelhas-mães… ou… será você tragicamente devorado por toda a colmeia, que pensará encontrar em você a grande mãe de todos, e, assim, você será esmagado por solicitações, pressões e cobranças de todos os lados, até o total colapso de suas funções.
Ser uma “instituição viva” é ser capaz de suportar dor psíquica, carência e pressões, com naturalidade e continuidade inconcebíveis para um cidadão médio. É manter-se feliz e motivado, em meio ao caos, à crise, à incerteza e ao pandemônio. E sereno e confiante, quando tudo parece perdido e destruído.
Se não puder ver o mundo nessas macro medidas de valor, vá ser feliz no nível do ego. Um dia, você poderá ser uma abelha-mãe, quando séculos de séculos se passarem, e você sequer for uma sombra do que é hoje.
Salve as grandes abelhas-rainhas, as intuições vivas que nos sustentam o ideal e o espírito. Que Deus as abençoe todas e nos dê juízo no trato com elas, para perturbarmos menos e ajudarmos mais, elas, nossos grandes aglutinadores-catalisadores do progresso e da felicidade gerais.
(Texto recebido em 15 de fevereiro de 2004.)
fonte: https://www.saltoquantico.com.br/instituicoes-vivas/