domingo, 5 de setembro de 2021

O Santo Graal


Santo Graal 

Seria uma lenda ou um mito, o que poderia ser? Os escritores e historiadores se debatem em torno do assunto e não chegam a nenhuma conclusão lógica. O grande mitólogo Joseph Campbell escrevendo sobre o mesmo dizia:



“O rei que inicialmente cuidava do Graal era jovem adorável, mas por ser ainda muito jovem e cheio de anseios de vida, acabou por tomar atitudes que não se coadunavam com a posição de rei do Graal. Ele então abandonou o castelo bradando o grito de guerra “Amor”, o que é próprio da juventude, mas que não se coaduna com a condição de rei do Graal. Ele partiu do castelo e, quando cavalgava, um muçulmano, um não-cristão, surgiu da floresta. Ambos erguem as lanças e se atiram um contra o outro. A lança do rei mata o pagão, mas a lança do pagão castra o rei do Graal.”

“O que isso quer dizer é que a separação que os padres da Igreja fizeram entre matéria e espírito, entre o dinamismo da vida e o reino do espírito, entre a graça natural e a graça sobrenatural, na verdade, castrou a natureza”.


Podemos também interpretar como uma alusão a Sir Lancelot, cavaleiro do rei Arthur e pertencente a “Távola Redonda” que encontrou o Graal, no entanto não pode tocá-lo, pois sua pureza fora manchada pelo adultério (simbolizado pela castração pelo muçulmano) que cometera com a rainha Guinevére esposa do rei Arthur.


Por mais intensas e profundas que fossem as nossas pesquisas, nos encontramos em completa escuridão com um desconhecimento do que seria o verdadeiro Graal. Ninguém consegue informar ou explicar o significado real de todos os eventos estranhos nas histórias do Graal. A força duradoura e generalizada desse mito em particular é descrita por Malcolm
Godwin:


“A LENDA DO GRAAL, mais que qualquer outro mito ocidental, manteve a magia vital que a caracteriza como uma lenda viva capaz de emocionar a imaginação e o espírito. Nenhum outro mito é tão rico em simbolismo, tão diverso e muitas vezes de sentido tão contraditório. E em seu âmago existe um segredo que manteve o apelo místico do Graal durante os últimos novecentos anos, enquanto outros mitos e lendas caíram no olvido e foram esquecidos”.


A origem da palavra Graal não é muito precisa, mas geralmente se atribui a ela o sentido de ‘cálice’ – do latim gradalis. Ela nasceu na era medieval, junto com a literatura arturiana, que narra as aventuras do Rei Arthur e seus Cavaleiros da Távola Redonda. Mas a amplitude desta lenda é muito maior, não se restringindo apenas a esta. O Santo Graal é um dos mais antigos e enigmáticos mitos da humanidade. Sob uma análise superficial, é o cálice usado por Jesus Cristo no episódio da Última Ceia e que contém seu sangue, que havia sido recolhido no momento da crucificação.


O termo Graal, no francês arcaico, significa bandeja. Por outro lado, pode ter origem latina, no vocábulo Gradalis, que significa cálice. Já o termo Sangraal seria uma variação etimológica de Sangue Real.



Ele está presente nas Lendas Arturianas, sendo o objetivo da busca dos Cavaleiros da Távola Redonda, único objeto com capacidade para devolver a paz ao reino de Arthur. No entanto, em outra interpretação, ele designa a descendência de Jesus segundo a lenda, ligada à Dinastia Merovíngia. Nesta versão, o Santo Graal significaria Sangreal ou seja Sangue Real. Finalmente, também há uma interpretação em que ele é a representação do corpo de Maria Madalena, uma seguidora de Jesus.
A Igreja Católica não dá ao cálice mais do que um valor simbólico e acredita que o Graal não passa de literatura medieval, apesar de reconhecer que alguns personagens possam realmente haver existido. Nas representações de José de Arimatéia em vitrais de igrejas, ele aparece segurando não um cálice, mas dois frascos ou galheteiros".



Origens Celtas

A origem do mito pode ser analisada sob um ponto de vista pré-cristão. Sabe-se que entre os celtas, recipientes utilizados para armazenar alimentos, eram considerados objetos sagrados. Este conceito estende-se ao caldeirão mágico (representando o útero da Deusa) referencial de ritos pagãos, capaz de renovar e ressuscitar.

Portanto, partindo do princípio que os celtas instalaram-se em diversas regiões da Europa, inclusive onde atualmente é o Reino Unido, e as primeiras citações históricas do Graal referem-se às lendas arthurianas, que, por sua vez, surgiram nesta região, é possível que o mito do Cálice Sagrado tenha apenas se transportado através dos séculos e sido adaptado ao Graal; desta vez, através de uma releitura cristã. Porém, mesmo entre os celtas, já havia uma lenda semelhante de um valoroso líder que saía em busca de um caldeirão sagrado.



Origens Cristãs

Há, pelo menos, duas versões para justificar a origem e o desenvolvimento histórico do mito. Numa primeira análise, a lenda conta que José de Arimatéia recolheu no cálice utilizado na Última Ceia, o sangue de Jesus, no momento em que este era crucificado, após o último golpe de lança aplicado pelo soldado romano conhecido por Longinus.

José, que era membro do Sinédrio (tribunal judeu) e um homem de posses, solicitou ao imperador Poncio Pilatos o corpo de Cristo como uma "recompensa" por seus préstimos ao império. Pilatos atendeu ao pedido e José enterrou o corpo de Cristo em suas terras.
Após este fato, José de Arimatéia, que secretamente era seguidor de Cristo, teria sido feito prisioneiro pelos judeus por ocasião do sumiço do corpo de Cristo. José ficou muito tempo como prisioneiro numa cela sem janelas, alimentando-se apenas de uma hóstia diária, entregue por uma pomba que se materializava. Certa vez, o próprio Cristo surgiu diante de José entregou-lhe o Graal com a missão de protegê-lo.

Após conquistar a liberdade, utilizou-se de uma conhecida rota comercial e viajou para Inglaterra, levando consigo o Cálice Sagrado. Ao chegar, reuniu alguns discípulos de Cristo e fundou uma pequena Igreja, onde atualmente há as ruínas da Abadia de Glastonbury. Porém, não é possível afirmar onde o Graal teria sido ocultado a partir deste momento.

Após o Cálice Sagrado chegar em terras européias, através de José de Arimatéia, segue diversas rotas entre os alguns países deste continente e confunde-se entre a história e a literatura medieval.




Trajetória do Graal na História

A continuidade mais conhecida sobre o destino do Graal, atesta que este teria ficado sob a tutela dos Templários. Assim, os Cavaleiros teriam levado o cálice para a aldeia francesa de Rennes-Le-Château. Sob outra narrativa, o Graal teria sido levado para a cidade de Constantinopla e em seguida para Troyes, onde no período da Revolução Francesa (a partir de 1789), teria desaparecido misteriosamente.

Uma outra versão atesta que os cátaros, um grupo cristão que vivia isolado na fortaleza de Montsegur e pregava uma fé simples, oposta às imposições clericais, ocultavam uma relíquia religiosa de valor muito alto. Mas, em meados do século XIII, os cátaros foram vítimas de uma invasão de cruzados ordenada pelo Papa. Mais de duzentos membros da doutrina foram queimados sob a acusação de heresia e a misteriosa relíquia desapareceu durante a investida dos soldados. Mas não há nenhuma evidência confiável indicando que fosse o Graal.

Neste mesmo período, surgem boatos de que os cruzados que regressavam de Jerusalém traziam consigo uma âmbula contendo o sangue de Cristo; contradizendo e confundindo ainda mais a rota histórica do Santo Graal.

Entretanto, através de estudos arqueológicos e investigações profundas, tomando como base também os primeiros registros literários, foi possível traçar uma linha mais próxima da realidade sobre a trajetória do Graal na Europa e na história.

Inicialmente, nos primeiros três séculos após chegar em solo europeu, o cálice teria ficado na Itália. Por volta do século III, o monge São Lourenço o levou para a região dos Pirineus Orientais, na Espanha. Noutra versão, seria um ermitão de nome Juan de Atares.

Ainda, seguindo a rota sugerida nas obras literárias medievais, principalmente em Parzifal (Wolfram von Eschenbach), o cálice teria sido ocultado no monastério de San Juan de La Penha, na cadeia montanhosa dos Pirineus. Neste ponto há uma conexão real entre a obra de Eschenbach e o relato histórico do monge São Lourenço que conduziu o cálice até os Pirineus.

Ainda tomando por base a obra Parzifal, porém, havendo neste ponto um "vácuo histórico", o Santo Graal passa por Zaragoza e surge, desta vez, na Catedral de Valência, na qual há uma pequena capela, construída no século XIV, conhecida como Capela do Santo Cálice. Neste local, aos olhos dos visitantes mas protegido por um sacrário à prova de balas, encontra-se um cálice ostentado há mais de seiscentos anos como o legítimo Santo Graal.

As evidências científicas atestam que esta relíquia foi produzida entre a segunda metade do primeiro século antes de Cristo e a primeira metade do primeiro século da era Cristã. Ainda, esta peça foi produzida em ágata roxa na região de Alexandria ou Antioquia; mas, posteriormente, já na Espanha, no século XIII, recebeu adornos de ouro e de pedras preciosas como esmeraldas e rubis, tendo o conjunto uma altura de aproximadamente 17 centímetros.

Portanto, é cientificamente comprovado que o Cálice da Catedral de Valência foi produzido no período e região correspondente à versão cristã do Santo Graal. Mas a Igreja não o aceita como uma relíquia religiosa e também não é possível atestar que seja este o cálice que comportou o sangue de Cristo.


Literatura e Simbolismo

Entre tantos aspectos simbólicos atribuídos ao Graal, muitos nasceram na interpretação dos artistas que, ao longo dos séculos, recondicionaram a lenda de diversas formas, principalmente na literatura medieval.

Por volta do ano 1190, o romance de Chrétien de Troyes intitulado Le Conte du Graal, narra a busca pelo cálice. Trata-se de um poema inacabado contendo nove mil versos que abordam a busca pelo Santo Graal. Interessante é que o lendário Rei Arthur não participa diretamente da epopéia, que finaliza sem que o objeto almejado seja encontrado. Esta obra foi o ponto de partida para as obras futuras abordando o tema.

Entre 1200 e 1210, o francês Robert de Boron, publicou Roman de L'Estoire du Graal; o que popularizou ainda mais o tema e inseriu os elementos históricos não muito diferentes dos que são conhecidos atualmente.

Outra obra de Boron, Joseph d'Arimathie, traça conexões simbólicas interessantes ao citar que José de Arimatéia foi ferido na coxa por uma lança. Em outra versão, o ferimento é nos órgãos genitais. Percebe-se, portanto, uma associação entre a lança, arma utilizada pelos soldados romanos, e a espada, principal arma e uma das maiores referências das lendas arthurianas (como a mítica Excalibur). Assim, o ferimento nos genitais sofrido por José em virtude de sua quebra do voto de castidade, associa-se à traição de Lancelot, um dos componentes da Távola Redonda e homem de confiança de Arthur, que tornou-se amante de Guinevere, esposa do Rei.

Nesta mesma época, a obra Parzifal do autor alemão Wolfram von Eschenbach associa o Graal a uma esmeralda também chamada Exillis, Lapis exillis ou Lapis ex coelis (pedra caída do céu). Esta esmeralda seria parte do terceiro olho de Lúcifer, que se partiu quando o anjo se rebelou contra o Reino Divino. Uma das partes desta esmeralda teria sido entregue aos templários para que ficasse protegida de intenções malignas. Deste modo, pode-se entender também que a esmeralda (que neste caso é o Santo Graal) faz alusão à mítica Pedra Filosofal dos alquimistas.

Ainda, seja sob a ótica cristã ou pagã, muitos dos aspectos do Graal estão relacionados com a busca da perfeição. Por exemplo, quando Arthur e os cavaleiros partem em busca do Cálice Sagrado que poderia evitar a queda de seu reinado, estão buscando virtudes como nobreza e justiça.

Arthur e a Távola Redonda podem ser, respectivamente, associados a Jesus e seus apóstolos. Judas Iscariotes é o seguidor que traiu seu líder (Jesus Cristo) assim como Lancelot traiu Arthur ao se envolver com Guinevere. A lança que fere Cristo pode ser interpretada como o elemento masculino; o cálice como o útero feminino. Portanto, há o simbolismo do sangue nobre (de Jesus Cristo) fecundando o "útero mágico" representado pelo Graal.

Através de uma análise histórica, o Graal pode ser compreendido como a motivação que os cruzados encontraram após a decepção das mal sucedidas batalhas na Terra Santa. Neste caso, o Graal representa um novo ideal de vida aos que foram derrotados pelos "infiéis".

Sob um ponto de vista mais amplo, o Santo Graal, Rei Arthur e a lendária Excalibur são arquétipos distintos que traçam um mesmo conceito: o Rei (líder) virtuoso que, por seus méritos, conquista uma poderosa espada e torna-se invencível, partindo em busca de um objeto mágico capaz de restabelecer a ordem, a paz e a prosperidade em seu reino.

De qualquer forma, na condição de uma relíquia histórica da cristandade ocidental, não é possível avaliar o Santo Graal encontrado atualmente em Valência ou o Santo Graal metafórico do imaginário medieval; pois ambos têm valores distintos e igualmente incalculáveis. O Santo Graal é uma referência secular de valores humanos perdidos que, simbolicamente, serão resgatados por um profeta, um valente guerreiro, um líder de uma nação ou simplesmente por quem se revelar digno de portá-lo.


Entretanto existem evidências da existência do Santo Graal antes mesmo do cristianismo , e ainda afirma que apesar das diferentes referências cristãs, a própria Igreja Católica nunca levou a sério esta lenda. BEHREND (2007) apresenta a origem da lenda celta é de um século antes de Cristo. Os celtas eram guerreiros impiedosos, tanto as mulheres como os homens e costumavam decapitar os mortos, pois assim acreditavam que eles não poderiam ressuscitar. Este ato impiedoso se fundamenta na lenda de um caldeirão mágico onde pessoas mergulhadas nele voltavam a vida. Arqueólogos encontram um túmulo de um príncipe com um enorme caldeirão (grande o suficiente para uma pessoa caber dentro), com figuras de homens que eram mergulhados no caldeirão e voltavam a vida.

Na literatura medieval, a procura do Graal representava a tentativa por parte do cavaleiro de alcançar a perfeição. Em torno dele criou-se um complexo conjunto de histórias relacionadas com o reinado de Artur na Inglaterra, e da busca que os Cavaleiros da Távola Redonda fizeram para obtê-lo e devolver a paz ao reino. Nas histórias misturam-se elementos cristãos e pagãos relacionados com a cultura celta.



A presença do Graal na Inglaterra é justificada por ter sido José de Arimatéia o fundador da Igreja Inglesa, para onde foi ao sair da Palestina.

Segundo uma das versões da lenda, os Templários teriam levado o cálice para a aldeia francesa de Rennes-Le-Château. Em outra versão, o cálice teria sido levado de Constantinopla para Troyes, na França, onde ele desapareceu durante a Revolução Francesa.

Em um país de maioria católica como o Brasil, a figura do Graal é tida, comumente, como a da taça que serviu Jesus durante a Última Ceia.

A Igreja Católica não dá ao cálice mais do que um valor simbólico e acredita que o Graal não passa de literatura medieval, apesar de reconhecer que alguns personagens possam realmente haver existido. Nas representações de José de Arimatéia em vitrais de igrejas, ele aparece segurando não um cálice, mas dois frascos ou galheteiros".

Alguns tomam o cálice de ágata que está na Catedral de Valência, na Espanha, como aquele que teria servido Cristo na Última Ceia. É por isso um importante centro de peregrinação.



O conto medieval de Artur e seus cavaleiros está cheio de temas cristãos; estes temas envolvem a destruição dos planos humanos de virtude pelas falhas morais de seus personagens, e a busca de uma importante relíquia cristã. Finalmente, o relacionamento entre os personagens convidavam ao tratamento na tradição do amor cortês, tais como Lancelot e Guinevere ou Tristão e Isolda. Em anos mais recentes, a tendência tem sido vincular os contos do Rei Artur e seus cavaleiros com a mitologia céltica, geralmente em versões reconstruídas altamente romantizadas, do início do século XX.

Os celtas se referiam ao Graal como um caldeirão e a lenda em torno de um cálice sagrado pode ter relação com a importância que os celtas davam ao caldeirão, onde os druidas preparavam suas poções mágicas.

Segundo alguns escritores a távola redonda foi construída por um carpinteiro, este era o pai de Guinevere. A távola foi presente do carpinteiro a Arthur em forma de dote quando este se casou com Guinevere, e foi Merlin quem escolheu os cavaleiros para que se sentassem a ela, e então, predisse a busca do Santo Graal.

O Graal representa o enigma mais profundo da tradição arturiana. A sua Demanda não tem fim, é eterna. Oferece unidade no meio da fragmentação, unindo numa confraria todos os que caminham pelos trilhos do coração, na sua senda. É um portal entre os mundos e uma ponte para o Divino.

O Graal é apontado como a fonte da cura para todos os males do mundo. Ao encontrá-lo, virá a libertação total do Amor, que poderá mudar o mundo para sempre - talvez até trazer o fim dos tempos e passagem da humanidade para um outro plano...

aspecto mais importante a ser acrescentado à história do Graal foi a sua associação à Eucaristia Cristã. Isto influenciou todas as versões posteriores da lenda. O Graal passou a ser visto como um símbolo do sacrifício de Cristo, tornando-se "no corpo de Nosso Senhor". É este elemento único da Eucaristia, a comunhão com Deus, que torna o Graal diferente de qualquer outro objeto sagrado. O Graal conteve o sangue derramado por Cristo na Cruz.


De qualquer modo, cristão ou pagão, o Graal simplesmente é. Símbolo universal, tem uma dimensão de mistério, mas também de sacrifício, de altruísmo e de busca do absoluto, quer lhe chamemos Deus ou Deusa, Centelha Divina, ou um outro qualquer termo abstrato.

Nos antigos ensinamentos dos mistérios helénicos é referida a Taça (Crater) onde os deuses misturaram a essência de toda a criação. Os Sufis viam-na como a Taça de Jamshid, de onde brotava a inspiração divina e todo o conhecimento. Concepções semelhantes são encontradas na Índia, no Japão, na Rússia e nos povos Celtas.



O Graal, ou Sangreal, apareceu aos cavaleiros da Távola Redonda emanando uma luz fulgurante na qual se viram uns aos outros com maior ponderação e generosidade do que antes. A visão calou-os, tal como os guerreiros celtas que emergiam do Caldeirão do Renascimento, vivos mas mudos. O Graal em si, envolto em samito branco, tinha a forma de um cálice da Eucaristia, recordando a taça da Última Ceia. O cálice imbuiu o salão de doces aromas, e os cavaleiros comeram e beberam como nunca, o que lembra os antigos Caldeirões da Abundância celtas. (Iluminura, c. 1400)



Entre o outeiro e a Abadia, existe o cálice sagrado "Chalice Hill". A lenda conta como o poço foi construído com grandes pedras pelos druidas e como o cálice da última ceia foi posteriormente arremessado as suas águas cor de sangue.

Nas histórias do Rei Arthur, o Graal reveste-se de um virtual poder curador, pois o herói, ferido, envia seus Cavaleiros em busca da taça sagrada. Segundo o rei, só ela poderia salvar sua vida e a do reino, envolto em sombras. Geralmente se atribui a procura deste cálice à tentativa de conquistar a perfeição.




Quando se reuniram pela primeira vez ante a mesa e se dispunham a sentar, um grande relâmpago seguido por um forte trovão surpreendeu a todos. Merlin, que estava no salão da mesa redonda, disse em tom muito solene: "Cavaleiros é o momento para que cada um renda homenagem ao rei". Um a um foram passando diante de Artur fazendo-lhe uma reverencia como ato de submissão, fidelidade e respeito. A medida que iam passando, o nome de cada cavaleiro aparecia gravado em ouro em uma das cadeiras. Uma vez sentado em seus respectivos postos, deram-se conta que sobravam três. Logo Merlin explicou: "Dois destes três postos serão para os melhores cavaleiros de cada ano, e a outra será apenas para o homem mais digno do mundo. Se alguém não reúne méritos para sentar nesta cadeira e ousar sentar, morrerá no ato". Foi assim que vários cavaleiros tiveram o direito de sentar nos dois postos de honra, porém nenhum se atrevia a sentar no lugar proibido. Nem mesmo Lancelot, que era o considerado mais valente e digno de todos os cavaleiros, ousava pensar sequer na possibilidade de sentar ali.


Anos depois se apresentou no palácio um grande sábio. Artur o fez entrar. O ancião ao ver o posto vazio chamado "O posto perigoso", disse: "O espirito de Merlin me visitou e me disse que em esse assento se fará de sentar o cavaleiro mais digno e mais puro do reino, aquele que conseguirá trazer o Santo Graal. Este cavaleiro ainda não nasceu". Todos os que estavam reunidos se surpreenderam com a revelação e Artur se surpreendeu mais porquanto sequer sabia da morte do mago.



O Santo Graal era o cálice onde José de Arimatéia havia depositado o sangue de Cristo. Supunha-se ter propriedades mágicas e que o ser que conseguisse vê-lo seria testemunha de uma experiência transcendental, espiritualmente falando. Aconteceu um dia (20 anos após se haver formado a Ordem da mesa redonda) apresentou-se no palácio Elaine, filha do Cavaleiro Pelle, com o filho que lhe havia dado Lancelot. Ao apresentar-se a criança no salão, a cadeira proibida foi objeto de um milagre: no espaldar apareceu gravado em letras de ouro "Este assento há de ser Ocupado". Sir Lancelot viu a mensagem e supôs que Galahad, seu filho, era o melhor candidato a sentar ali. Tempo depois, Galahad pediu a seu pai permissão para formar parte da Ordem, Lancelot concordou. Quando Sir Galahad cumpriu 15 anos entrou no salão da grande mesa acompanhado de um ancião. O ancião lhe apontou o assento proibido e todos os cavaleiros observaram como se formou magicamente o nome de Galahad no espaldar da cadeira. Sir Galahad sentou-se e todos ficaram abismados, rendendo honras ao digno cavaleiro. Neste mesmo dia, mais tarde, havia aparecido no lago uma pedra com uma espada cravada. O rei Artur instou Lancelot e Gawain para que tentassem sacar a espada, porém foi Sir Galahad foi quem pôde tirá-la sem a menor dificuldade. Esta espada havia pertencido a um grande cavaleiro chamado Balin.


O Graal é, literariamente, o símbolo antigo do feminino, e o Santo Graal representa a divindade feminina e a Deusa, que por suposto se tinha perdido, suprimida de raiz pela Igreja.
O poder da mulher e a sua capacidade para engendrar vida foram noutro tempo algo de muito sagrado, mas representava uma ameaça para a Ascensão da Igreja predominantemente masculina e por essa razão a divindade feminina começou a ser demonizada pela Igreja que considerava a mulher impura.
Foi o homem, e não Deus, quem criou o conceito de pecado original, pelo qual dizia a Eva comeu a maçã e provocara a queda da humanidade. A mulher antes sagrada e a que engendrava a vida converteu-se na inimiga.


Em conclusão, o ciclo arturiano com sua maravilhosa Demanda do Santo Graal é a confirmação de um longo itinerário poético e espiritual. O esoterismo do Graal é inegável, e se revela nessa transmutação de uma fábula predestinada num símbolo cristão. Teológica e mística, esse tributo medieval é rico em ensinamentos e nunca morrerá, pois sempre surgirão dele novas interpretações.

As Sacerdotisas


"A Deusa diz: “Viva com amor, felicidade, paz e riqueza, respeitando e honrando as forças da vida existentes no seu interior, em todos e em tudo ao seu redor."

Uma Sacerdotisa, precisa saber que quando ela passa por um algum momento na sua vida espiritual que a leve a ter um sofrimento é porque não está consciente de seu papel. Sabe-se que uma Sacerdotisa, precisa retomar o poder da Grande Mãe, a glória da grande provedora da vida. Saiba que a Grande Mãe foi fecundada pelo Grande Espírito do Universo e que de tamanho Amor brotamos nós por aqui. Saiba também que perdemos nosso poder, porque ao longo das eras esquecemos a sacralidade de nossa existência ao nos identificarmos com a obra. O Grande Espírito que ama infinitamente a manifestação, está disponibilizando ajuda em forma de Luz de consciência – é hora de despertar


Todos sabiam disso em tempos pretéritos, agora irão resgatar a ancestralidade. As Sacerdotisas , trarão o feminino sagrado de volta, resgatarão cada homem, filhos do Grande Espírito que trazem em si , a força e o instinto do preservador da vida. O homem de hoje está confuso, o sistema atual alimenta-se desta confusão e vos tira o prazer de viver. Rouba-lhes a Paz de simplesmente ser!

Sacerdotisa. Você conhece essa expressão, não? Já ouviu falar dela alguma vez, até encontrou mulheres que se dizem sacerdotisas, que cultuam a Lua, que fazem magias ou orações em nome de alguma deusa ou deus? Ou que simplesmente acreditam que estão aspirando por um ideal elevado, e simpatizam com essa ideia. Ou que isso é um “privilégio” de poucas, de mulheres “elevadas”, que vieram com uma missão “especial”.



Ser Sacerdotisa está longe de alimentar vaidades, luxúrias, elogios, belezas malignas, fabricadas de “divas”, buscar por falsos poderes, aprisionar elementais, fazer rituais mágicos com os 4 elementos ou qualquer que seja a prática que envolva as forças da natureza sem a orientação da Mãe. Pois ser sacerdotisa não é engordar “ego místico”.

Alta sacerdotisa é no entendimento da Wicca geralmente uma mulher que já alcançou o terceiro grau dentro de um coven. Em muitos covens, a Alta Sacerdotisa é a autoridade mais importante lá dentro, onde é dito que sua palavra é lei.

Alta Sacerdotisa treina outros praticantes dedicados ao Coven.
Serve como conselheira e mediadora com outros membros e representa a Deusa nos rituais.

Quem é esta dama silenciosa, que desliza por sobre o mármore com seus pés alvos e pequenos? Quem é este ser que se confunde com as brumas e, desfazendo-se, deixa somente um perfume de incenso no ar? É a mulher em alma e presença, que mesmo sem ser totalmente e humana fêmea, ainda assim emite o tom exato do feminino em tudo que toca.



A Sacerdotisa sempre aparece assim: suavemente... com um poder contido, controlado e direcionado, com absurda disciplina, como uma bailarina dançando em um palco silencioso. Ela nos abre os portais e permite um caminhar sereno ao impossível. É ela a primeira a nos dar a mão, a levar o dedo aos lábios num pedido de silêncio, a deixar que deitemos a cabeça em seu colo para sonhar e a mostrar que nem só do que é visível o mundo é feito.

De todos os muitos e lindos aspectos da sacerdotisa, o que mais gosto é o papel de intermediária entre os mundos superior e inferior, dos vivos e dos mortos, do visível e do invisível. Ela é Perséfone que alterna seus dias ao lado do amado Hades, deus dos Mundos Inferiores, e da mãe Ceres, que garante a fértil colheita na superfície do planeta.

A Sacerdotisa é a representante da clarividência, das forças ocultas e inconscientes. Atua como a curandeira e a rezadeira que ajuda a vizinhança, bem como exerce seu papel iniciático no sacerdócio. Seus dons místicos tanto podem ser usados para feitiços sedutores, de caráter vingativo e maldoso, como para fins de caráter elevado como, por exemplo, os Esbat’s Wiccanos. Remete às bruxas da Idade Média, mulheres com algumas “qualidades sensíveis”, caçadas e acusadas de satanismo.

As, Sacerdotisas , sabem que não há uma verdade absoluta. Compreendemos que o Universo é uma balança perfeita: assim tudo tem um oposto.

As, Sacerdotisas sabem que para qualquer ação existe uma reação. (A Lei Tríplice).

As, Sacerdotisas , sabem que somos todas Uma só, e estamos todas ligadas.

As, Sacerdotisas , sabem que o ultimo ato espiritual é o ato de criação positiva graças ao Amor.

As, Sacerdotisas, sabem que a energia, gerada graças aos trabalhos e rituais, manifesta-se como uma vaga circular de energia positiva.



As, Sacerdotisas , sabem que não devemos nunca fechar nosso espírito ao saber.

As, Sacerdotisas , sabem que o circulo mágico é uma representação psíquica e não física de um templo no plano terrestre.

As, Sacerdotisas , sabem que utilizamos as energias que nos rodeiam para ajudar a humanidade na sua evolução.

As, Sacerdotisas , sabem usar o senso comum e não dividimos nossos segredos com os idiotas.


Uma Sacerdotisa que quebre deliberadamente estas regras ou que ignore os seus saberes, perderá os seus poderes.



Por muitos nomes fomos chamadas durante nossa existência. Nós vertemos nosso sangue em direção à Terra que nos alimenta e sustenta, fluímos em nossos mares internos. Fomos forjadas no fogo da transformação eterna e sopradas por todo o Universo para cumprir nossa missão. Manter viva a lembrança da Deusa, a própria Terra, nossa casa.


Cada uma de nós teve seu caminho profundamente delimitado. E assim como são as flores das mais diversas cores nossa Mãe manifestou-se em suas mais diversas faces, cada uma de nós, suas sacerdotisas, representantes de seus multi olhares. Mas todas nós estávamos condenadas, docemente condenadas, a servi-La da forma mais correta possível. Caminhamos entre toda a Criação, conscientes de nossas certezas. Vivas porém sempre mortas.



Sobre o olhar da Lua aprendemos a ser fortes como a Donzela, amáveis como a Mãe e sábias como a Anciã. E de suas uniões nos tornamos as Virgens Negras, também explosivas, guerreiras e ceifadoras. Aquelas de nós, mais antigas, tornaram-se professoras e mestras, e como Deusas vivas aceitaram o destino de estarem sós ainda que rodeadas de pessoas. Elas foram Isarma, Adsartha, Caillean, Dierna, Morgana e Viviane.

A Sacerdotisa dedica a sua vida ao culto da Grande Mãe. Era a moradia onde o conhecimento das Leis Sagradas e a Sabedoria dos Antigos Mistérios eram transmitidas diretamente entre mestres e discípulos.
Ferramentas poderosas das Antigas curandeiras e feiticeiras aperfeiçoavam os corpos mais sutis (corpo energético) das Sacerdotisas com a alquimia dos elementos e propiciavam um profundo conhecimento da magia e de sua arte intimamente conectada a natureza. Talentos e dons como a massagem, a aromaterapia, a dança, a arte, ciências, filosofia e religião eram cultivadas e praticadas no Mistério possibilitando a essas Sacerdotisas alcançar o ponto mais culminante e do êxtase na relação entre homem e mulher.

Tal como doutrina foi estabelecida, do passado; pois tão-somente assim é possível haver comunhão entre homens e Deuses; e entre Deusas e homens; visto que nem podem os Deuses, assim como as próprias Deusas, estender seu auxílio aos homens, sem a mesma ajuda destes.

Sempre haverá uma Sacerdotisa, a qual regerá o círculo dos adeptos, como elo de ligação dos Deuses, assim como das Deusas.

A Sacerdotisa deve ter em espírito que todos os seus poderes emanam dos Deuses, e das Deusas também.

Os poderes lhe são cedidos tão-somente , para que deles usem; com sabedoria e bom-senso.

Portanto, sempre que esta Sacerdotisa vier a ser julgada pelo Conselho dos que são adeptos, a ela caberá aceitar a renuncia o poder -de boa vontade - em favor de uma mulher que seja mais jovem.


Porque uma Sacerdotisa, quando legítima, há de reconhecer que uma de suas virtudes mais sublimes é ceder a honra de sua posição, em gesto de boa vontade, para aquela outra mulher que deve sucedê-la.


Por compensação de seu ato, ela voltará a esta posição de Suma Sacerdotisa numa vida futura, com poder e suprema beleza, sempre aumentados, pois assim é a prescrição da Lei.

Nos tempos antigos, quando a Lei entre os adeptos se estendia aos longes, vivíam em gozo de liberdade; e nos cultos e ritos tinham por local os mais nobres dos templos.

Mas correm agora dias infelizes, em que precisamos celebrar em secreto os nossos sagrados e santos mistérios.

E hoje que ninguém que não seja adepto possa estar presente a estes nossos mistérios; porque muitos são aqueles que não nos tem afeto; e a língua do homem na tortura se desata.

Não se estabelecerá relação entre um e outro círculo de adeptos; salvo por mediação daquele que faz a anunciação dos Deuses, ou leva a palavra das convocações dos círculos.


Cada Sacerdotisa preside sobre seu próprio Círculo, distribuindo AMOR e justiça, com ajuda dos mais antigos, dando ouvido em constantes ocasiões, ao que traz a mensagem das DEUSAS , nas anunciações que ocorrerem.

Cada mulher, cada Sacerdotisa, cada homem um bravo filho da Grande Mãe na manifestação do infinito Amor do Grande Espírito.

"Abençoados sejam aqueles que se reúnem para celebrar a vida! minha lei é o amor, a liberdade meu escudo!!!!" (Benção da Deusa)

A Natureza dos Deuses da Natureza


Por Selma
Site: 3fasesdalua

"Toda crença é respeitável, quando sincera e conducente à prática do bem. Condenáveis são as crenças que conduzam ao mal, a intolerância e ao fanatismo".

Somos todos órfãos da Deusa e do Deus. Nossa sociedade materialista nos afastou do contato com o numinoso, com o divino. O mundo não é mais sagrado, a vida não é mais sagrada, a natureza não é mais sagrada. A única coisa que ainda preserva sua sacralidade, para a maioria das pessoas, é o deus criador - aquele que fica sentado no alto de sua nuvem, lançando raios sobre os que o desobedecem. Isto é o que a maioria das pessoas tem como deidade. Mas não as bruxas (os)...

Felizes aqueles que reconhecem a Deusa em todas as suas formas; sabem que Ela fala todos os idiomas, é de todas as cores e dança de todas as formas."


Para as bruxas (os), a Natureza ainda é e sempre será sagrada. Sua Deusa e Deus estão intimamente ligados a essa Natureza - o Sol, a Lua, a Terra como um todo, os animais, rios e florestas - tudo traz em si a energia milagrosa da vida, a sacralidade da Vida com 'V' maiúsculo, mesmo.

Ao ver o mundo dessa forma, as bruxas e bruxos integram-se de forma mais profunda com o mundo em que vivem, aprendendo a desfrutar das mudanças, dos ciclos e das transformações que afetam nosso ambiente externo e também o interno - a nossa paisagem interior.

Em contato com a Natureza e seus deuses e deusas, as bruxas (os) vivem a vida plenamente, compreendem melhor os processos de nascimento, morte e renascimento que se refletem num dia, num ano ou na existência da mais antiga das árvores.


Muitas vezes, essa compreensão, esse aprendizado e esse alinhamento ocorre através do contato com os deuses ancestrais - sejam eles celtas, egípcios, gregos pré-clássicos ou indígenas. Sem dúvida, trabalhar com as deidades é algo muito enriquecedor, e que envolve uma grande dose de comprometimento, respeito e responsabilidade.

O risco surge quando esse contato ocorre de forma superficial e irresponsável - e infelizmente é isso que se vê na esmagadora maioria dos sites e livros publicados sobre neopaganismo. Enxergar a Deusa e o Deus na natureza como benevolentes e acolhedores - a clássica figura da Grande Mãe caridosa e compreensiva - é ignorar a própria essência . As Deusa e o Deus são forças poderosas, manifestações da Natureza que jamais poderemos sonhar em controlar - por mais que o ser humano se julgue tecnologicamente avançado, ele simplesmente ainda não tem (nem nunca terá) um meio seguro para conter as forças da natureza. Enchentes, secas, furacões, maremotos, vulcões e terremotos são apenas algumas das demonstrações da indomabilidade da Natureza. Por mais que sejamos capazes de prever com antecedência a ocorrência de uma catástrofe, nada pode ser feito para evitá-la - nós apenas podemos minimizar seus efeitos.


Quer contato com um deus da natureza? Saia na rua numa tempestade. Assista no noticiário as demonstrações do poder da Natureza ao redor do globo. Sinta-se pequeno, impotente, diante dela. Respeite-a. Reconheça sua energia fantástica. E aprenda, ao tornar-se íntimo de seus fenômenos, que eles não existem para nos pôr à prova: nós é que não sabemos tirar proveito deles.

Contudo, costumamos esquecer que conceitos como bem e mal, benéfico e maléfico, são invenções humanas, são relativos e variam de acordo com as circunstâncias. A Natureza não é boa ou ruim. A Deusa e o Deus também não. Nas palavras de uma importante druidesa, "o deus e deusa possuem uma ética própria, diferente da dos humanos, e por vezes não somos capazes de compreender sua ética."

Isto por si só já demonstra como é complicado trabalhar com os ancestrais. Existem forças imensas em ação, forças com as quais jamais poderemos sonhar em ser capazes de lidar. O que podemos fazer - e esse é o verdadeiro papel de um verdadeiro bruxo ou bruxa - é compreendermos, respeitarmos e alinharmo-nos a essas forças.

Aos que procuram na Religião Antiga o colo de uma deidade caridosa e sempre pacífica, recomendo que procurem os conselhos de uma sacerdotisa



O Deus e a Deusa não são assim. São caóticos, indomáveis, irascíveis, temperamentais. A figura da Grande Mãe de que tanto se fala por aí é uma visão distorcida de um conceito amplamente explorado pelo iminente psicólogo e discípulo de CG Jung, Erich Neumann. A verdadeira Grande Mãe é a fusão da Mãe Bondosa com a Mãe Terrível. Buscar o contato somente com a Mãe Bondosa é ignorar a força, o poder e a necessidade de se conhecer a Mãe Terrível. É só através desse contato pleno que se pode acessar o que o Prof. Neumann chama de Feminino Arquetípico: a plenitude da Grande Mãe.

Uma vez que a Grande Mãe é a própria Natureza, fica claro então que essa Natureza possui uma faceta Bondosa, sem dúvida; mas possui igualmente uma faceta Terrível. Não temos como fugir disso. Destrua sua visão idílica de deuses bondosos e caridosos, sempre prontos a nos ajudar. Conheça Deus e a Deusa em sua plenitude.

Dá trabalho, mas é profundamente recompensador.

Ser Bruxa e Bruxo é ver a Natureza como sagrada. Desta forma, quando dizemos que as bruxas e bruxos são pagãos, isso significa que a divindade deles está na Natureza.




Sinta o solo sagrado, oferte abraços e acenda os corações dos poucos que se sentem chamados. Transforme estados, precisamos abandonar velhos hábitos e que a união nos mostre que somos uma grande família e pertencemos ao totem da Grande Mãe . Receba os presentes que a vida te apresenta, supere os medos observando os pontos positivos de cada experiência, resgate a sua essência e lembre-se que somos todos formados por imensos focos de luz. Vibre na tônica do amor, o sistema pede uma grande mudança, mas a transformação precisa ocorrer no interior de cada coração, pois aquilo que se altera internamente acaba por se manifestar externamente. Ouça o som que vem dos ventos, belas mensagens podem ser captadas quando nos conectamos com os sopros do Grande Mistério. Veja além dos planos mais densos, adentre os portais das percepções mais sutis e liberte-se dos grandes véus que criam a ilusão. Sinta os animais, receba os sinais e agradeça pela comunicação estabelecida entre o planeta e os sábios seres perceptivos.

Permita-se servir. Só poderemos mudar os rumos da história se agirmos com compaixão, pois desta forma entendemos que somos todos um. Caminhe sorrindo, lembre-se que os maiores acontecimentos da vida são aqueles programados pelos caminhos do destino e surpreenda-se com os mágicos encontros proporcionados pelas estrelas que brilham na grande tenda do universo das possibilidades.



Eu sou Bruxa e Bruxo. Eu sou parte de toda a Natureza. As Pedras, os Animais, as Plantas, os Elementos e Estrelas são meus parentes. Outros humanos são minhas irmãs e irmãos, sejam quais forem suas raças, cores, sexo, orientações sexuais, idades, nacionalidades, religiões, estilos de vida. O Planeta Terra é a minha casa.

Eu sou parte desta grande família da Natureza, não mestre dela. Eu tenho minha própria parte especial para executar e eu busco descobrir e executá-la com minha melhor habilidade. Eu busco viver em harmonia com outros na família da Natureza e trato outros com respeito.

Eu sou Bruxa e Bruxo. Eu celebro a mudança das estações, o girar da Roda do Ano. Eu celebro com cânticos, danças, festas, rituais e de outros formas. Eu celebro cada giro da Roda.


Samhain, correntemente conhecido como Dia das Bruxas, é um tempo para contemplação do futuro e para prestar homenagem a meus Antepassados e outros amados no mundo dos Espíritos. Eu trabalho magia por maior liberdade religiosa para as Bruxas e Bruxos e para a humanidade. Eu celebro o ano novo.

Yule, o Solstício de Inverno, é um festival de paz e uma celebração da minguante luz solar. Eu honro a nova criança do Sol, queimando um tronco de Yule de carvalho no fogo sagrado. Eu honro a Grande Deusa em Seus muitos aspectos de Grande Mãe, e o Deus Pai como Santa, em suas formas de Velho Deus Céu, Pai Tempo e Rei do azevinho. No começo de fevereiro, eu celebro Candlemas, conhecido pelos antigos Celtas como Imbolc e para americanos contemporâneos como o Dia de Groundhog. Eu enfoco na purificação espiritual e na eliminação de bloqueios para preparar a vinda da Primavera e o novo crescimento. Durante este festival, eu acendo velas para honrar Brigid e eu a convido a inspirar e guiar minha prática curativa. Eu faço oferendas de sementes a pássaros selvagens.



Na hora do Equinócio da Primavera, eu dou boas-vindas a renovação da Primavera e celebro a verdejante Terra, vestindo-se em verde. Eu honro a Deusa e o espírito do Coelho, o consorte Dela. Eu pinto ovos com amigos e escolhas divinas para um novo crescimento.

Beltane, no começo de maio, é um festival de fertilidade e prazer. Eu me visto em cores luminosas e uso uma guirlanda de flores em meu cabelo. Eu danço ao redor Maypole para abençoar jardins e projetos criativos. Eu salto a fogueira de Beltane para boa sorte.


No tempo do Solstício de verão, também conhecido como Meio do verão e Litha, é um momento principal de reunião quando eu saúdo velhos amigos e conheço novos. Eu danço com eles ao redor de uma fogueira sagrada aos mágicos ritmos de tambores. Eu celebro a Religião Antiga. Eu adiciono pedras ao Círculo de Pedra da terra do Circle Sanctuary com orações para harmonia planetária e bem-estar.

Conforme agosto se aproxima, eu celebro Lammas, também conhecido como Lughnassad. Neste festival, eu honro o ápice do Verão e a prosperidade. Eu não só dou graças pelas coisas selvagens e plantas cultivadas e bênçãos para aquelas que estão começando a frutificar, mas eu também peço para que a abundância continue. Eu reparto e como pão com outros no ritual e eu dou pão e oferendas de erva à Deusa e Deus da agricultura.



Equinócio de Outono, algumas vezes chamado Mabon, é o tempo da ação de graças por todas as colheitas que eu tenha colhido durante o tempo crescente. Eu dou graças pela comida que recebi dos jardins e campos e por outras bênçãos que entraram em minha vida. Eu devolvo à Mãe Terra oferendas que vêm do melhor da fruta, legumes, ervas, nozes e outras comidas que eu tenha recolhido.

E em Samhain, a Roda do Ano começa novamente.

Eu sou uma Bruxa e um Buxo . Eu também honro as estações da vida dentro de minha jornada de vida- começos, crescimento, frutificação, colheitas, fins, descansos e recomeço. A Vida é um Círculo com muitos ciclos. Com todo Fim vem um novo Começo. Dentro da Morte há a promessa de Renascimento.

Eu sou Bruxa e Bruxo. Eu não só vejo círculos de mudança e renovação dentro de minha própria jornada de vida, mas em minha herança. Eu vejo minha vida como um círculo que me conecta com os círculos de vida de meus antepassados. Eles são parte de mim e minha vida. A antiga sabedoria da Renovação da Natureza e Reciclagem é encarnada nos brasões de dois de meus clãs Ancestrais.


De meus antepassados, da linhagem de minha mãe, está o totem da garça, um emblema familiar que significa perseverança e renovação depois de dificuldades. De meus antepassados Célticos, da linhagem de meu pai, esta o brasão que porta o símbolo de uma árvore de carvalho cortada da qual brotam novos ramos e folhas de seu tronco, incluída em um círculo com o lema Iterum Viriscit que quer dizer "que isto cresça Verde novamente". Estes símbolos e o lema não só me fazem lembrar de minha própria renovação e a renovação da Natureza, mas também a renovação de filosofia neste planeta que é parte de meu trabalho de vida como uma Sacerdotisa .

Eu sou Bruxa e Bruxo . Mudança de consciência intencional, a Magia, é parte de minha espiritualidade. Para todo problema há pelo menos uma solução executável, como também oportunidade para crescimento. Eu crio minha própria realidade com meus pensamentos, sentimentos e ações. Tudo que eu envio sempre retorna.

Eu busco cumprir a Religião Antiga : " Sem causar mal a ninguém, Faça o que quiseres".



Quando eu faço magia em rituais, antes de eu elevar diretamente a energia, eu sempre busco olhar o quadro do qual minhas necessidades são somente uma parte. Eu me empenho a trabalhar para o melhor de todos, como também me ajudar. Quando problemas vêm para o meu caminho, eu busco entender as causas e mensagens deles como parte de minha busca por uma solução. Fazendo trabalho curativo, eu busco enviar as causas espirituais subjacentes da doença, em lugar de só enfocar um alívio de seus sintomas.

Eu sou Bruxa e Bruxo. Eu trabalho magia através da Lua para ajudar e curar outros, a mim mesma, e o Planeta. A Deusa Tripla da Lua me guia. Eu ativo começos na Crescente, energizo manifestações na Cheia e mando embora obstruções com a Minguante e com a Negra. Eu tomo parte em rituais em Luas Novas e Cheias, e eu sei que meus Círculos são parte de uma grande rede de Círculos que se encontram nestes tempos ao redor do Planeta Terra.

Eu honro o Divino que está dentro das árvores de carvalho na floresta, nas ervas no jardim, nos pássaros selvagens que cantam nas árvores, no topo da pedra da montanha, em mim.



Eu sou Bruxa e Bruxo. Minhas práticas espirituais incluem auto aceitação e entendimento, em vez de auto rejeição. Eu compartilho minhas visões com outros quando eu sinto ter razão, mas eu não faço proselitismo, reivindicando meu caminho como único e verdadeiro. Há muitos caminhos sobre a montanha da compreensão espiritual, não somente um caminho.

Eu sou Bruxa e Bruxo. Eu viajo ao Outro mundo em meus sonhos, meditações e rituais. Eu uso ferramentas sagradas para me ajudar em minhas jornadas e meus trabalhos mágicos. Estes incluem caldeirão, cristais, velas, incensórios, cálices de água, pentáculos de sal, pratos de terra, sinos, vassouras, chocalhos, tambores, estacas, espadas, espelhos, e uma variedade de ferramentas de adivinhação. Eu exploro outras dimensões e então eu retorno com introspecções conhecimento e poder. Eu vou entre os mundos por cura, crescimento e transformação. Intuição, percepção psíquica é natural, não sobrenatural, são parte de minha vida diária.



Eu sou Bruxa e Bruxo . Eu me harmonizo com os quatro elementos de Natureza- Terra, Ar, Fogo, Água- e com o quinto elemento, O Espírito que é a força espiritual que tudo conecta. Eu vejo estes Elementos na Natureza- a Terra no solo e pedras; o Ar nos ventos e atmosfera; o Fogo como o raio, fogos e eletricidade; a Água nas primaveras, rios, oceanos e outras águas sobre o planeta; e o Espírito como a Divina Unidade. Eu também vejo estes Elementos como aspectos do meu eu- meu corpo físico e fisiológico é minha Terra; meu intelecto e pensamentos meu Ar; meu desejo e ações meu Fogo; minhas emoções e sentimentos minha Água; e meu eu Interno, minha Alma, é o meu Espírito.

Eu esforço em me manter saudável e em equilíbrio em todas estas partes de mim Eu trabalho para o restabelecimento do equilíbrio dos Elementos no ambiente.


Eu sou Bruxa e Bruxo. A Espiritualidade da natureza é a minha religião e minha base de vida. Natureza é minha professora espiritual e meu livro sagrado. Eu sou parte da Natureza e a Natureza é parte de mim. Minha compreensão dos mistérios internos da Natureza cresce enquanto eu viajo neste caminho espiritual ".

Terra, Divina Mãe, que gera todos os seres e cria todas as coisas, cuja influência desperta, acalenta e adormece a natureza. Mãe que fornece a nutrição da vida e a protege com um abraço sustentador. Mãe amorosa que recebe o corpo do homem quando o seu espírito se afasta, chamada com razão a Grande Mãe, fonte de poder de deuses e mortais, indispensável para tudo o que nasce ou morre. Senhora, Mãe , Deusa.

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